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Reformas

Há algum tempo, no Brasil, estamos debatendo e examinando a possibilidade de realização de reformas. Vivemos em uma época de reformismo. Existe uma expectativa generalizada em todo o País. Por isso, impõe-se que se reflita atenciosamente, examine-se com cuidado, para não sermos conduzidos por modismos.
É preciso um correto diagnóstico dos problemas, visando avaliar se realmente necessitamos, em todos os aspectos, reformar nosso direito positivo. Assim sendo, duas vertentes de análise devem ser observadas. É importante saber se as reformas propostas são para ajustes circunstanciais de caixa (objetivos de Governo) ou então se são para atender objetivos de Estado.
Em relação à segunda vertente referida, vale ressaltar pontos estruturantes como a realização de investimentos privados e públicos, a redução da dívida social, etc. Os ajustes de caixa nem sempre provocam benefícios para as populações e para as empresas.
Vale lembrar que os governos passam, já o Estado permanece com seus objetivos. Daí, reforma como a política, por exemplo, dentro dos princípios constitucionais e da ordem democrática, é mais importante, a médio e longo prazos, para a sociedade. Algumas modificações podem ser elaboradas, enquanto outras analisadas, sem reforma do texto constitucional.
Gostaríamos de salientar, salvo melhor juízo, as reformas verdadeiras só ocorrerão quando sairmos do Estado Democrático de Direito - muitas vezes responsável por injustiças e concessões de privilégios - para o Estado Democrático de Justiça. Será a grande reforma. Ademais, é fundamental não esquecermos, pelo menos, o Art. 2º de nossa Carta Magna: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário", bem como, o Art. 5º: "Todos são iguais perante a lei".
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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