Pe. Geovane Saraiva*
Tudo por Deus e por seu santo
nome, “ontem, hoje e por toda a eternidade”, ele que só pode ser amor,
incontroverso e irrefutável. Daí os valores do Evangelho, imprescindíveis à realidade
atual do mundo tão diverso, no arcabouço estrutural com seu conteúdo inconteste
aos sinais dos tempos, a provocar em nós e nas futuras gerações, em meio ao
assistencialismo exacerbado, aquela utopia pacifista e libertadora, tão
cristalinamente proclamada por Dom Helder Câmara (1909-1999), pedindo licença
para o denominar, no seu pacto proclamado pela reconciliação humana, de
“pequeno grande”, aluno brilhante que foi do Seminário da Prainha, em
Fortaleza-CE.
Dom Helder bem que ajuda, quando
se concebe uma Igreja parada, estática ou intimista, de cristãos batizados, dos
que mais gostam da oração, da adoração, e não dispensam os sacramentos, com
pouca incidência na vida concreta do mundo da sociedade. Também ao se imaginar,
no saudosismo nostálgico, numa Igreja mais inclinada ao sagrado de outrora,
longe de todo e qualquer compromisso social e transformador, estando ela de
mãos dadas com as autoridades. Uma Igreja que percebe o demônio e dele quer se
distanciar, quer ver facilmente seus filhos convertidos, sim, separada por
quilômetros e quilômetros, no compromisso com as estruturas reais do mundo.
Como Dom Helder Câmara honra e
engrandece nosso bravo povo brasileiro! Como referencial, que nos ajude, no
sentido de antever o que nos é reservado, sem jamais perder de vista a ansiada
e almejada esperança futura, desígnio e intento das mulheres e dos homens de
boa vontade. Que a Igreja seja sensível e inclusiva, na opção pelos menos
afortunados e empobrecidos, aquela mesma que não quer fugir do mundo, mesmo com
traços burocráticos e estruturais, sendo uma comunidade de fé viva e lúcida, no
renovado ardor missionário. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor,
poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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