Foto: Pe, Geovane Saraiva, voo LA3315, BH-Fortaleza, 11/1/2122 |
Pe. Geovane Saraiva*
Pe. Geovane Saraiva, 1/11/2021 Mazagão, Capistrano-CE. |
Sendo eu de origem simples e
humilde, nascido em lugar chamado Mazagão, Capistrano-CE, num torrão ou berço
de Sol abundante e escaldante, com escassez de água, onde cresci e vivi a
infância e a adolescência. No contexto da dificuldade de água, dispuséramos de
um jumentinho de nome Poldo, o qual era de providencial importância, no sentido
de que a água chegasse a nossa casa; tinha um aparelhamento, com vasilhas no
seu lombo, que eram chamadas de ancoretas, e todas as manhãs íamos buscar água
no açude do Sr. Cursino Rodrigues de Moraes, distante dois quilômetros.
Aprendi, pois, com a vida que o
amor é suficiente para que a vida possa encontrar o seu significado mais
elevado, mesmo na aridez do deserto ressequido, quando são raras as chuvas,
tendo como exemplo o meu Ceará. Daí contarmos com um pouco de orvalho, mais
rico e precioso, sendo suficiente para uma semente brotar, crescer e se tornar
uma boa árvore. A propósito, temos aqui a chuva do caju, quase nada, mas que
muito representa. O exemplo da boa árvore quer revelar a presença de Deus,
manifestando nos cristãos um amor corajoso, profético e concreto, na caridade
para com os que necessitam de água de toda natureza, naquilo que deveria
inquietar a vida dos seguidores de Jesus de Nazaré, nele vendo-se dignidade da
vida humana, na sua angústia e dor.
Foi o que pensei, ao retornar de
Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH, depois do retiro de uma semana, na
espiritualidade do Beato Charles de Foucauld. Levei em consideração, ao pensar
do alto, que só mesmo pela força da comunhão-oração, no quebrar dos corações de
pedra, você pode se tornar, na nossa alegoria, essa boa árvore; pode, sim, ser
capaz de se tornar uma árvore próspera, como as da Amazônia, as árvores
providenciais do Nordeste brasileiro ou mesmo as árvores do “Recanto Coqueiro
D’Água”, de Santa Luzia-MG. No acima citado, inspiração “lá de cima”, do voo
LA3315 – BH-Fortaleza, sem turbulência e com nuvens esplêndidas e radiantes,
que Charles de Foucauld, como padrão, referencial e ideal, possa nos falar algo
ao nosso coração. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor,
poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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