Pe. Geovane Saraiva*
A fé dos povos católicos passa,
em grande parte, dos pais para os filhos, no modo como se chega ao primeiro
anúncio e no encanto das crianças por Deus e por sua Santa Mãe, a Virgem Maria.
O exemplo da mãe, ao reverenciar o crucifixo e o apontar com a mão, nos ajuda a
pensar na catequese como missão da Igreja e riqueza para o mundo. Que se possa
reafirmar a importância da catequese nos generosos e conscientes catequistas,
sabedores de suas tarefas temporais, mas sem prescindir do serviço à Igreja,
comunidade de fé e sacramento de salvação, fazendo-a florescer, numa Igreja
inclusiva e solidária.
Como é maravilhoso considerar o
processo catequético! A atenção que se dá, nas diversas circunstâncias, com a
mão do pai ao fazer o sinal da cruz, sem esquecer de outros sinais, que se dão
em família, através de inúmeras palavras e gestos, em que as crianças percebem
e escutam aquilo que representa e diz respeito ao fundamento da fé, mas no mais
amplo compromisso dos catequistas, em toda a caminhada evangelizadora,
convencidos de que são criaturas dignas, na esperança de todos tomarem seu
lugar em torno do mesmo alimento sagrado, com o “pão em todas as mesas”.
Pensar mesmo que o exemplo
arrasta multidões, como no caso de os bebês se criarem sem o contato com os
adultos, crescendo neles pouca “humanidade”, e os pais, ao comunicarem aos
filhos o que eles carregam de melhor consigo aqui na face da terra, tendo como
presente o futuro civilizatório, na cultura, convicção e costume de um povo,
quando se escuta de crianças o que não se deve fazer, começando por maltratar plantas
floríferas animais, passarinhos.
Como é magnífico o esforço dos
pais! Ao viverem e testemunharem sua fé, no contexto familiar, os filhos os
acompanham numa generosa e espontânea pedagogia, reconhecida depois como
herança ou espólio de gratidão, mistério imorredouro que lhes foi comunicado,
numa riqueza incomparável, com uma fé que é capaz de mover montanhas.
*Pároco de Santo Afonso,
blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana
de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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