Confira um resumo dos principais filmes que estão em cartaz em todo o país neste final de semana.
Por Alysson Oliveira e Luiz Vita
Veja um resumo dos principais filmes que estão em cartaz em todo o país neste final de semana.
“BARONESA”- O real se materializa de maneira impressionante no longa “Baronesa”, documentário de estreia de Juliana Antunes. A figura central é Andréia, manicure na periferia de Belo Horizonte. Ela tem um sonho, construir uma casa em Baronesa, um bairro um pouco melhor, e dar uma vida mais digna aos seus filhos.
Juliana fez um documentário pungente que busca nuances pessoais e sociais do tema que aborda. Há momentos de melancolia – como Andréia e a amiga Leid amarrando fitas pretas nos postes – e outros de beleza, quando a protagonista consegue dar um passo em direção ao seu sonho.
A câmera da diretora é pouco invasiva e acompanha o cotidiano de sua protagonista, de vizinhos e vizinhas, como Leid, que espera o marido sair da prisão, e Zé, que quer ter um caso com Andréia. Em meio a conversas, o filme capta a vida na periferia num momento em que, mais do que nunca, a roda da história pouco favorece essas pessoas.
“SAFÁRI”
Pais e filhos, marido e mulher e velhos amigos, acompanhados de guias locais, percorrem fazendas privadas onde vivem animais selvagens na busca de exemplares inéditos para compor suas coleções: antílopes, zebras, girafas e, quem sabe, elefantes e leões. Celebram cada abate bem-sucedido, guardam a bala como recordação e procuram justificar suas ações. Acreditam que ajudam no controle populacional dos animais e que escolhem apenas os mais velhos, poupando-os de lutar pela sobrevivência com os mais jovens e aptos a sobreviver. Desse ponto de vista, seus propósitos seriam humanitários e não deveriam ser condenados. É assim que gostariam de ser julgados.
O diretor poupa o espectador de cenas fortes como o impacto do tiro no animal vivo, mas mostra exaustivamente como seus corpos são retalhados para a retirada dos troféus: a cabeça, as patas, a pele e até mesmo a carne. Mesmo sendo um exercício penoso, a sessão pode servir para uma reflexão profunda sobre o que move o ser humano e seus limites.
“SOL DA MEIA-NOITE”
- A cada temporada surge um novo romance juvenil envolvendo alguma doença – às vezes, um tanto misteriosa, como é o caso aqui, o Xeroderma pigmentoso, uma condição genética que afeta Katie (Bella Thorne), impedindo-a de sair à luz do sol, que lhe pode causar câncer.
A jovem passou a vida tendo aulas em casa, onde também aprendeu a tocar violão. O pai (Rob Riggle) permite que saia para se apresentar à noite, desde que volte antes do sol nascer. Ela acaba conhecendo Charlie (Patrick Schwarzenegger, filho de Arnold Schwarzenegger e da jornalista Maria Shriver). Os dois se apaixonam, mas ela guarda segredo de seu problema. Como manter um romance com um horário tão limitado?
O filme dirigido por Scott Speer, como é comum no gênero, romantiza uma doença. Em uma rápida pesquisa na internet é possível descobrir que as vítimas dessa condição não sofrem de maneira poética como Katie, mas há paliativos permitindo aos portadores levar uma vida mais normal que a da personagem.
“TALVEZ UMA HISTÓRIA DE AMOR”
Como não se lembra de nada dela, com uma única pista o protagonista começa uma jornada em busca de Clara para descobrir porque eles terminaram o relacionamento. O filme se torna um entra e sai de personagens femininas (interpretadas por atrizes como Juliana Didone e Flávia Garrafa, entre outras) que não ficam tempo suficiente em cena para serem lembradas.
Dirigido por Rodrigo Bernardo, a partir de um romance do francês Martin Page, a sorte do filme é ter Solano no papel principal. O ator é carismático e talentoso o bastante para amarrar essa colcha de retalhos repleta de personagens sem densidade.
“EM 97 ERA ASSIM”
O roteiro é sempre previsível e gira em torno da clássica história de garotos brancos de classe média ansiosos para perder a virgindade e que se embebedam e pagam os maiores micos para impressionar as meninas da mesma idade que, naturalmente, os rotulam de infantilizados. A saída para a perda da virgindade é procurar uma prostituta, missão que permeia todo o filme. Se tem o mérito de não assumir baixarias mais grotescas, como em “American Pie”, o filme perde a oportunidade de investir no humor inteligente e em diálogos bem construídos.
Reuters
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