Produção traz o drama e o trágico nacional, e demonstra como a sociedade atual ainda reflete o cotidiano das décadas passadas
Com um texto baseado em três grandes obras modernas da literatura dramática brasileira, o Grupo Casa apresenta pela segunda semana a peça “Tragédias BR”, tomada por atores vestidos “à la black tie”, interpretando personagens carregados das vivências cotidianas. Conflitos familiares, românticos, políticos e religiosos fundamentam o enredo, que tem um fundo trágico, informativo e até sarcástico.
As obras “Eles Não Usam Black Tie” de Guaniere (1958), “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues (1960) e “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes (1960) baseiam “Tragédias BR”, e trazem um clima muito brasileiro e atual à montagem.
O cenário, os figurinos e a trilha sonora, pensados com muito cuidado, complementam a ‘realidade’ da peça. Com uma luz dramática e um palco que trabalha a profundidade em dois planos, o público pode se concentrar na cena, e ainda apreciar interpretações ao som de músicas que embalam as histórias: um pai apaixonado pelo marido da filha, um operário que se nega a aderir a uma greve e é escorraçado pela comunidade e um homem que fez uma promessa religiosa e é impedido de cumpri-la.
Para o cenógrafo Bruno Atra, ainda há o que pode ser melhorado. “Há todo o processo de figurino, dança, um texto complexo… a estreia foi muito boa, ainda podemos complementar mais o primeiro plano do cenário”, diz.
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