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Livros de cemitérios se deterioram em sala na garagem do Arquivo Geral da Prefeitura

Acervo dos cemitérios está alojado ao lado da garagem do Arquivo da Cidade do Rio (Foto: Marco Antônio Martins/G1)
Livros mortuários de 13 cemitérios públicos do Rio de Janeiro estão se deteriorando armazenados em uma área de 66 metros quadrados, ao lado da garagem, no subsolo do prédio do Arquivo Geral da cidade. No acervo estão armazenados 2.164 livros, cerca de 1,5 mil da Santa Casa de Misericórdia. São documentos de 1851 até os dias atuais. O G1 foi ao local e encontrou uma sala quente, sem vigilância e os registros armazenados em péssimo estado de conservação em estantes de aço.
O Diário Oficial do Município publicou, em sua edição de terça-feira (25), a abertura de uma sindicância para apurar "irregularidades supostamente praticadas no Acervo dos Livros Mortuários do Rio de Janeiro". A equipe de reportagem apurou que livros foram furtados e outros tiveram as folhas rasgadas.
Há duas semanas, um livro de 1852 foi encontrado jogado, em um domingo, no chão da sala. O documento não fazia parte do catálogo elaborado pelo setor da Prefeitura do Rio que administra os cemitérios públicos.
Os livros mortuários são registros de pessoas que adquiriram, a partir de 1851, sepulturas na cidade do Rio. Não apenas o nome de quem comprou, mas dados sobre a pessoa e quem foi sepultado local, além de quem recebeu o jazigo de herança, por exemplo.
Esses dados servem aos historiadores como informação sobre o ciclo de vida dos moradores do município durante os séculos 19 e 20. Ou ainda para se definir a árvore genealógica de uma família ou até como prova de casos de dupla cidadania.
Em abril de 2013, suspeitas de irregularidades nos arquivos da Santa Casa de Misericórdia levaram a Prefeitura do Rio a acautelar os livros. As suspeitas teriam sido praticadas em três cemitérios do Rio: Irajá, Inhaúma e Ricardo de Albuquerque, todos na Zona Norte do Rio. Em julho daquele ano, os livros foram levados para a garagem do Arquivo Geral da Cidade, onde estão até hoje.

Do G1

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