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Ana Cristina de Moraes lança livro no CDMAC amanhã, 22

por Iracema Sales - Repórter
Transpor o pensamento estético, tendo como ponto de partida o uso das linguagens artísticas, para o campo da formação pedagógica. Essa é uma das propostas do livro "Educação estética na universidade: antropofagias e repertórios artístico-culturais de estudantes", da professora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará (UECE) Ana Cristina de Moraes, cujo lançamento acontece nesta quinta (22), às 19h, no auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC).
A obra é fruto da tese de doutorado da autora, realizada entre os anos de 2012 e 2015, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e publicada em 2016. O lançamento contará com apresentação de vídeo sobre a pesquisa que originou a obra e leitura dramática de alguns textos.
Ana Cristina integra um grupo de estudo na UECE que trabalha com arte-educação, atuando no projeto de extensão em artes cênicas. As linguagens artísticas funcionam como ferramentas para a construção de propostas voltadas à formação de professores.
Com sensibilidade, a pesquisadora inova na maneira da escrita acadêmica, ao recorrer à literatura de cordel, construção de poemas e elaboração de diálogos no texto do trabalho, que tem como foco investir na formação estética de estudantes, professores e arte-educadores. A intenção é tornar o material mais literário, além de fazer alusão ao título, quando lança o desafio à antropofagia. Os versos em cordel e os recursos literários seguem o desafio proposto pelo livro, uma parceria entre a Editora da UECE (Ediuce) e a Editora CRV, de Curitiba.
A pesquisa investiga "como os estudantes percebem o processo de formação pedagógica por meio das artes", explica Ana Cristina, enfatizando a importância do aprimoramento da educação estética na Academia. Participaram do estudo 52 estudantes, sendo o maior número da Faculdade de Educação de Itapipoca (Facedi). "Trabalhei com grupos e professores que atuam em projetos de extensão com envolvimento e formação em arte", assinala.
Público
Uma das constatações do estudo é o valor dos projetos de extensão, considerados fundamentais no processo de formação estética de estudantes e professores. Os reflexos podem ser observados no público: os moradores de Itapipoca, município localizado na região Norte do Estado, distante 130 km da Capital. A cidade não conta com teatro e nem mesmo possui uma sala de cinema. Assim, as atividades propiciadas por alunos e professores do núcleo da UECE em Itapipoca, mediante os projetos de extensão, contribuem para que a população tenha acesso a algumas manifestações artísticas.
Ana Cristina cita a criação de grupos de teatro, de contação de história, cora (que inclui canto e percussão) - como a Banda de Lata - e atividades na linguagem do cinema. A formação de público está embutida na proposta que, ao mesmo tempo, possibilita a fruição artística.
A investigação da autora tem como fundamentação o estudo do currículo de cada um dos sete cursos presenciais de Pedagogia ministrados pela UECE no Estado. "Foquei em Itapipoca por trabalhar no município desde 2003", justifica. Os depoimentos dados pelos alunos, gravados e transformados em vídeo de nove minutos, demonstram a importância da formação estética para o ensino, sobretudo de arte-educação.
Convergência
A universidade funciona como um dos pontos de convergência para a formação, acesso e recepção de manifestações artístico-culturais. A autora cita o grupo de teatro Dona Zefinha e a companhia de dança Balé Baião. "Dentro da faculdade eles tiveram oportunidade de formação devido aos projetos de extensão. Muitos se transformam em multiplicadores e criam grupos de teatro de boneco e corais", assegura.
"O livro aponta, de modo poético e ao mesmo tempo acadêmico, reflexões sobre as concepções de educação e experiência estética e as contextualiza com base na percepção de estudantes de licenciatura de uma universidade pública estadual cearense. Além disso, apresenta um olhar sobre o contexto educativo-cultural do Ceará e perspectivas importantes para a efetivação de uma proposta de educação estética na formação de educadores", observa a pesquisadora, que demonstra ousadia ao inovar o texto acadêmico.
A obra é voltada a professores, mas o campo de interesse é extenso, abrangendo aqueles que se interessam pelo estudo das artes, já que propõe uma reflexão sobre o pensamento estético. A proposta da pesquisa que originou o livro é analisar "processos de educação estética e os acessos a saberes culturais variados, oferecidos pela universidade e que possibilitem tal educação".

Mais informações:
Lançamento do livro "Educação estética na universidade: antropofagias e repertórios artístico-culturais de estudantes", de Ana Cristina de Moraes. Nesta quinta (22), às 19h, no auditório do CDMAC (R. Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema). Contato: (85) 3488.8600. R$ 35 (preço no dia do evento)

Diário do Nordeste

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