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Admiração - Totó

Gonzaga Mota*

São muitos os músicos e letristas brasileiros que, com suas canções, enchem as nossas vidas de amor e de alegria. Com certeza, posso estar cometendo injustiça quando me perguntam os três nomes de minha preferência e digo: Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues e Paulinho da Viola. Peço desculpas a todos os outros. Se há uma manifestação valorosa é a música brasileira.

Não citei Pixinguinha, mas sei que "Carinhoso" é um clássico da música mundial. Não mencionei Chico Buarque, mas, se feita uma enquete no Brasil, ficaria em primeiro lugar. Não destaquei Cartola, cruel engano, pois "as rosas não falam simplesmente exalam o perfume que roubam de ti". Não me referi a Dorival Caymmi, uma vez que ficaria com saudades da Bahia, de Marina e até passaria a gostar de morrer no mar. Esqueci o Lua, lamentável, já que sua "Asa Branca" é o hino do nosso Nordeste. Não escolhi Orestes Barbosa, companheiro de Silvio Caldas com quem assinou algumas das mais belas páginas do cancioneiro nacional. "Tu pisavas nos astros distraída"(em Chão de Estrelas), segundo Manuel Bandeira, uma das mais altas criações da poesia em língua portuguesa. 

Elogio que vale por um diploma, considerando-se quem o fez. De Noel, Lupicínio e Paulinho lembro-me, dentre outras, de meu "Último Desejo", de "Nunca" pensar em "Vingança" e ter 'Argumento" para imaginar que "Foi um Rio que passou em Minha Vida". Sinceramente, não entendi até hoje por que as grandes e os grandes poetas, do passado e do presente, adeptos da música, não tiveram e não têm a oportunidade de ingressar na Academia Brasileira de Letras.


*Integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, poeta, escritor, professor da UFC e ex-governador do Ceará

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