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Opressão - Totó

Gonzaga Mota*
Sempre é importante lembrar atos e fatos históricos, como forma de compreender o presente e desenvolver ideias sobre o futuro, vez que mostram o homem no tempo e no espaço, bem como evidenciam os processos e eventos ocorridos no passado. 

Dentro deste prisma de referência, desejamos registrar ocorrências cruéis reveladas pelo filme “Doze Anos de Escravidão”. Ficamos perplexos pelas maldades e barbaridades feitas a seres humanos iguais a nós. Realmente, é inacreditável o que aconteceu em meados do século XIX, com destaque na região sul dos EUA.  

Os negros das oligarquias produtoras, principalmente, de cana-de-açúcar e algodão, viviam sob forte opressão em todos os aspectos. É um capítulo muito triste da história do mencionado País. O Brasil, representado por sua elite econômica, também praticou atos de tirania contra imigrantes africanos, usando-os em trabalhos escravos. Tanto lá como aqui, a dívida moral para com os afrodescendentes é impagável. No Brasil os movimentos pela abolição da escravatura e o fim do comércio de escravos começaram com a Conjunção Baiana (1798), intensificaram-se com a Independência, adquiriram relevância popular em meados do século XIX e em 13 de maio de 1888 a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. 

Dentre os vários abolicionistas, merece destaque Joaquim Nabuco: “O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade”. Que nós brasileiros olhemos para a abolição como um processo e não apenas como um ponto na história. A discriminação étnica é a forma mais repugnante de preconceito. Não ao racismo. 

*Integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, poeta, escritor, professor da UFC e ex-governador do Ceará

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