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Papa encontra-se com vítimas da Mafia



D.R.
Cidade do Vaticano, 21 mar 2014 (Ecclesia) – O Papa vai encontrar-se hoje em Roma com cerca de 700 representantes de uma organização que apoia vítimas de redes mafiosas e seus familiares.
Francisco vai falar com os participantes e presidir à vigília de oração de cerca de hora meia, num encontro promovido pela Fundação ‘Libera’, dirigira pelo padre Luigi Ciotti, a partir das 17h30 [menos uma em Lisboa], na igreja de São Gregório VII da capital italiana.
A iniciativa vai contar com a participação de representantes de algumas das 1600 associações que aderem à instituição.
A nota de imprensa da Santa Sé precisa que o encontro é “dedicado às vítimas inocentes das máfias” e decorre na véspera da 19ª ‘Jornada da Memória e do Compromisso”, convocada para a cidade italiana de Latina.
Os participantes vão representar 15 mil familiares de pessoas assassinadas, feridas ou que foram vítimas de extorsão por diversas organizações criminosas na Itália.
O padre Ciotti foi distinguido em 1996 como cavaleiro da grã-cuz da Ordem do Mérito da República Italiana.
Em declarações ao portal de notícias do Vaticano, o sacerdote considerou "muito bonito" que o Papa se tenha disponibilizado para participar na leitura de "todos os nomes das vítimas, neste 21 de março, primeiro dia da primavera", elogiando ainda a disponibilidade "imediata" de Francisco.
Este dia é escolhido desde 1996, na Itália, para evocar as “vítimas inocentes da Mafia”, com a manifestação principal a decorrer numa cidade do país.
O padre Luigi Ciotti disse que a presença do Papa junto dos familiares, neste “momento carregado de dor, mas também de esperança”, é um símbolo de “atenção” e “sensibilidade” a tema específico das “máfias, da corrupção, das muitas formas de injustiça que negam a dignidade humana”.
No último dia 26 de janeiro, o Papa referiu-se no Vaticano ao recente assassinato de uma criança italiana Nicola ‘Cocò’ Campolongo, que foi queimado dentro de um carro, na Calábria (Itália), num ajuste de contas da Mafia local, algo “que parece não ter precedentes na história da criminalidade”, e pediu orações pela vítima e pela conversão dos autores do crime.
A 26 de março de 2013, o Papa prestou homenagem ao padre Giuseppe Puglisi, sacerdote assassinado pela Mafia siciliana em 1993 e que tinha sido beatificado no dia anterior, lembrando as redes mafiosas que escravizam e exploram seres humanos.
Segundo Francisco, "por trás destas explorações, destas escravidões, estão máfias”, pedindo orações para que Deus “converta o coração destas pessoas”.
“Não podem fazer isto, não podem transformar os nossos irmãos em escravos”, advertiu.
O padre italiano Pino Puglisi foi beatificado em Palermo, numa cerimónia ao ar livre que reuniu cerca de 100 mil pessoas.
Bento XVI visitou a Sicília em outubro de 2010, tendo deixado por palavras e gestos simbólicos contra a Mafia, que qualificou como “um caminho de morte, incompatível com o Evangelho”.
OC

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