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Vigília na cidade natal de Gabriel García Márquez

Fãs acenderam velas em Aracataca, norte da Colômbia, nesta sexta (18).

Escritor morreu na quinta-feira (17), aos 87 anos, na Cidade do México.

Do G1, em São Paulo

Mulher chora durante vigília em frente à casa em que Gabriel García Márquez nasceu, em Aracataca, na Colômbia. O escritor morreu na quinta-feira (17) (Foto: AP/Ricardo Mazalan)Mulher chora durante vigília em frente à casa em que Gabriel García Márquez nasceu, em Aracataca, no norte da Colômbia. O escritor morreu na quinta-feira (17), aos 87 anos (Foto: Ricardo Mazalan/AP)
Colombianos fazem vigília nesta sexta-feira (18) em frente à casa onde nasceu o escritor Gabriel García Márquez, em Aracataca, norte da Colômbia. Eles lamentam a morte do Nobel de Literatura e autor de "Cem anos de solidão", ocorrida na quinta-feira (17), aos 87 anos, na Cidade do México.
Colombianos fazem vigília em Aracataca, norte do país, onde nasceu García Márquez (Foto: AP/Ricardo Mazalan)Colombianos fazem vigília em Aracataca, onde
nasceu García Márquez (Foto: Ricardo Mazalan/AP)
Os fãs se reuniram na madrugada de quinta para sexta-feira, na pequena cidade, e acenderam velas em homenagem ao autor colombiano. O corpo de Gabriel García Márquez será cremado em uma cerimônia privada na Cidade do México. A informação foi confirmada pela família mediante um comunicado lido para jornalistas na porta da casa do escritor, segundo divulgaram as agências de notícias France Presse e EFE.

Segundo a France Presse, uma das irmãs do escritor, Aída, disse à imprensa colombiana que espera que o corpo do escritor seja levado para sua terra natal. "Gabito é da Colômbia, têm de trazer Gabito, quer dizer, não tive tempo de pensar nisso, mas não há dúvida de que ele tem de vir e de que vão trazê-lo para nós", declarou Aída García Márquez.
VALE ESTE - Linha do tempo - Gabriel García Márquez (Foto: G1)
"Ele é da Colômbia, ele é o Nobel de Literatura da Colômbia, o primeiro Nobel, então ele vem, é claro que vão trazê-lo para nós", insistiu a irmã, reconhecendo que a decisão final é do núcleo familiar mais próximo do escritor, ou seja, a viúva Mercedes Bacha e os filhos de García Márquez, Gonzalo e Rodrigo.
O comunicado foi lido pela diretora do Instituto Nacional de Belas Artes, María Cristina García. Ainda de acordo com Cristina, em respeito a um desejo da família, nenhum outro ato fúnebre será realizado. Por enquanto, apenas uma homenagem nacional será feita ao escritor no Palácio de Belas Artes, na próxima segunda-feira (21).
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, decretou três dias de luto oficial no país pela morte do autor.

García Márquez morreu às 14h (16h de Brasília), segundo o Conselho Nacional para a Cultura e as Artes do México (Conaculta). Com dificuldades para passar pelo batalhão de jornalistas de plantão, o carro fúnebre partiu da casa do escritor horas depois da morte acompanhado de três viaturas policiais e fez um breve trajeto até a funerária J. García López, que fica próxima, localizada no bairro de San Ángel.

Em 8 de abril, depois de passar oito dias internado por um quadro de pneumonia, García Márquez deixou o Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, na Cidade do México. Seu estado ainda inspirava cuidados. Desde então, o escritor permaneceu sob atenção médica em sua residência na capital mexicana. Segundo sua família, a saúde de 'Gabo' era "muito frágil". Ele lutava contra um câncer linfático desde 1999.

Em julho de 2012, o mais novo de seus dez irmãos, Jaime García Márquez, revelou que o autor sofria de demência senil “há alguns anos” e que estava lutando contra a perda de memória. O escritor era casado com Mercedes Barcha Pardo desde 1958. Eles tiveram dois filhos: Rodrigo, que nasceu em 1959, e Gonzalo, nascido em 1962.
Vivendo no México há mais de três décadas, García Márquez passou seus últimos anos afastado da vida pública. Em suas raras aparições, preferiu não dar declarações à imprensa. A última aparição pública de Gabo foi em 6 de março passado, dia de seu aniversário, quando foi até a porta de sua casa e recebeu as felicitações de jornalistas, amigos e fãs.
 
Considerado um dos mais importantes escritores do século 20 e um dos mais renomados autores latinos da história, Gabriel García Márquez nasceu em 6 de março de 1927, em Aracataca, na Colômbia. Chegou a estudar direito e ciências políticas na Universidade Nacional da Colômbia, mas não concluiu o curso, preferindo iniciar carreira no jornalismo.
O sucesso internacional, no entanto, veio principalmente após a publicação de seu romance mais famoso, “Cem anos de solidão”, em 1967. A obra-prima de García Márquez vendeu, até hoje, mais de 50 milhões de exemplares.

É considerado, ao lado de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, um dos livros mais importantes da literatura em língua espanhola. Foi traduzido para 35 idiomas. Exemplo máximo do realismo fantástico – gênero característico do boom latino-americano da segunda metade do século XX –, “Cem anos de solidão” se passa na fictícia aldeia de Macondo e acompanha, ao longo de gerações, a saga da família Buendía.
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Vigília em Aracataca, na Colômbia, em homenagem a Gabriel García Marquez (Foto: AP/Ricardo Mazalan)Vigília em Aracataca, na Colômbia, em homenagem a Gabriel García Marquez (Foto: Ricardo Mazalan/AP)
Vigília em Aracataca, na Colômbia, em homenagem a Gabriel García Marquez (Foto: REUTERS/John Vizcaino)Vigília em Aracataca, na Colômbia, em homenagem a Gabriel García Marquez (Foto: John Vizcaino/Reuters
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