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Tragédia - Totó

Gonzaga Mota* 
Ricardo, 23 anos, era um rapaz de classe média alta, sarado - passava a manhã na academia de ginástica -, vivia às custas dos pais e não estudava. Neca, assim era chamada, moça de 20 anos, universitária dedicada, bonita - por dentro e por fora -, trabalhava durante o dia e à noite frequentava a faculdade. Certo dia se encontraram, por acaso, na praça de alimentação do "shopping" onde ele fazia ginástica e ela exercia a digna profissão de comerciária. 

Sentaram na mesma mesa e, apesar de não se conhecerem, trocaram algumas palavras sobre o filme que estava em cartaz. Despediram-se com um "tchau". Ricardo ficou apaixonado por Neca, acompanhou a moça tentando convencê-la a jantar num restaurante famoso da cidade. Recebeu um rotundo não. Nos dias seguintes, inconveniente, insistia em conquistar Neca. Não faltavam palavras e promessas para convencê-la. Conseguiu. Passaram a namorar e ele ficou perdidamente gamado pela simpática moça.

Diariamente se encontravam e Ricardo fazia propostas que não agradavam à Neca, pois eram contra os seus princípios. Ele não suportava as negativas e surgiram os péssimos sentimentos do ciúme e da grosseria. Certo dia, Neca estava saindo do trabalho acompanhada por um colega de loja. Ao chegar à calçada da rua, Ricardo avançou no inocente rapaz, deixando-o caído nocauteado. Em seguida puxou à força Neca para os seus braços, batendo no seu rosto. A moça conseguiu se livrar e saiu correndo desesperada sendo atropelada e morta por um ônibus. O covarde agressor acabou sendo morto por um transeunte que viu o ocorrido. A vida é assim, infelizmente.

*Integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, poeta, escritor, professor da UFC e ex-governador do Ceará



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