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Trio ganha Nobel de Física por viabilizar uso de LED para iluminação

Atualizado em 07/10/2014 09h59

Pesquisadores - dois japoneses e um americano - fizeram luz azul com LED.
Descoberta pôs fim a problema estudado por três décadas.

Do G1, em São Paulo
Akasaki, de 85 anos, Amano, de 54, e Nakamura, de 60, venceram o Nobel de Física (Foto: AP)Akasaki, de 85 anos, Amano, de 54, e Nakamura, de 60, venceram o Nobel de Física (Foto: AP)
A Academia Real de Ciências da Suécia concedeu nesta terça-feira (7)  o Prêmio Nobel de Física a Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura pela invenção de diodos de luz azul, que, em última análise, proporcionaram uma fonte econômica de luz branca. Além do amplo reconhecimento de seus trabalhos, eles receberão 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão) para dividir.
Akasaki recebe flores após dar entrevista nesta terça, no Japão, quando comentou o fato de ter sido laureado com o Nobel de Física (Foto: AP)Akasaki recebe flores após dar entrevista nesta
terça, no Japão, quando comentou o fato de ter
sido laureado com o Nobel de Física (Foto: AP)
Por muitos anos, a indústria teve à sua disposição LEDs de cor vermelha e verde. No entanto, para obter luz LED branca, era necessário ter a componente azul.
Nos anos 1990, os cientistas premiados conseguiram produzir essa luz, possibilitando o uso de LEDs para iluminação, com gasto muito menor de energia que a usada pelas lâmpadas incandescentes.
A iluminação com LEDs é muito mais eficiente que a de lâmpadas tradicionais. Considerando que quase um quarto da energia elétrica usada no mundo é consumida para iluminar ambientes, sua invenção representa uma considerável economia de recursos naturais, também porque as lâmpadas LED usam menos material e são mais duráveis.
Outra vantagem dessa tecnologia é que seu baixo consumo a torna interessante para uso em lugares onde não há acesso à rede elétrica, como regiões muito isoladas ou muito pobres.
"Os laureados desafiaram verdades estabelecidas, trabalharam duro e assumiram riscos consideráveis. Construíram eles mesmos seus equipamentos, e levaram a cabo milhares de experimentos. Na maioria das vezes, eles falharam, mas não se desesperaram - foi arte de laboratório em seu nível mais alto", afirmou a academia sueca, em comunicado.
Especificamente, o mérito dos pesquisadores foi insistir num determinado material para fazer a luz azul brilhar no LED. Eles elegeram o nitreto de gálio e se esforçaram para criar cristais de qualidade para seu uso em lâmpadas, apesar de muitos outros pesquisadores terem desistido por dificuldades técnicas. Sua decisão foi acertada: entre a década de 1980 e 1990, os vencedores do Nobel publicaram uma série de trabalhos que aperfeiçoaram os processos até a obtenção de um LED azul suficientemente funcional.
Trajetórias
Akasaki e Amano são japoneses. Nakamura é americano. Isamu Akasaki nasceu em 1929 em Chiran no Japão. Fez doutorado na Universidade de Nagoia, onde hoje é professor. Hiroshi Amano nasceu em 1960 em Hamamatsu e é professor na mesma universidade. Shuji Nakamura nasceu em 1954 em Ikata, no Japão, mas tem cidadania americana. Com doutorado na Universidade de Tokushima, ele atualmente é professor na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos EUA.
Confira abaixo os últimos ganhadores do Nobel de Física:
2013: François Englert (Bélgica) e Peter Higgs (Reino Unido)
2012: Serge Haroche (França) e David J. Wineland (Estados Unidos)
2011: Saul Perlmutter e Adam Riess (Estados Unidos) e Brian Schmidt (Austrália/Estados Unidos)
2010: Andre Geim (Países-Baixos), Konstantin Novoselov (Rússia/Grã-Bretanha)
2009: Charles Kao (Estados Unidos/Grã-Bretanha), Willard Boyle (Estados Unidos/Canadá), George Smith (Estados Unidos)
2008: Yoichiro Nambu (Estados Unidos), Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa (Japão)
2007: Albert Fert (França) e Peter Grünberg (Alemanha)
2006: John C. Mather (Estados Unidos) e George F. Smoot (Estados Unidos)
2005: Roy J. Glauber (Estados Unidos), John L. Hall (Estados Unidos) e Theodor W. H¤nsch (Alemanha)
2004: David J. Gross, H. David Politzer e Frank Wilczek (Estados Unidos)
Estudantes do laboratório de Hiroshi Amano, em Nagoia, fazem três vivas para celebrar o Nobel ganho pelo professor, representado numa impressão em tamanho real (Foto: Kyodo News/AP)Estudantes do laboratório de Hiroshi Amano, em Nagoia, fazem três vivas para celebrar o Nobel ganho pelo professor, representado numa impressão em tamanho real (Foto: Kyodo News/AP)

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