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Fátima: «Cristo das Trincheiras» em exposição no Santuário

Agência Ecclesia
  


Imagemacompanhou grupo de soldados portugueses durante I Grande Guerra


Fátima, Santarém, 29 nov 2014 (Ecclesia) – Uma das peças religiosas mais evocativas da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, o chamado “Cristo das Trincheiras”, está a partir de hoje em exposição no Santuário de Fátima.
Segundo uma nota do gabinete de imprensa do Santuário, enviada à Agência ECCLESIA, a vinda daquela imagem à Cova da Iria prende-se com a intenção de recordar o contexto especial da quarta aparição de Nossa Senhora em Fátima, que teve lugar a 19 de agosto de 1917.
Uma época em que Portugal assistia ao “terrível” desenrolar da “Primeira Grande Guerra” e vivia as consequências da queda da Monarquia e instauração da República, marcada também pela “dificuldade em fazer caminho no âmbito da fé”, realça o diretor do Museu de Fátima.
Marco Daniel Duarte lembra que quando os videntes de Fátima, Francisco, Jacinta e Lúcia, “se preparavam para ir para a Cova da Iria, para terem essa experiência com a Virgem Maria, foram levados para Vila Nova de Ourém”, por ordem do então administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos.
Na altura, os três pastorinhos foram sujeitos durante três dias a um conjunto de interrogatórios relacionados com o segredo de Fátima.
A exposição, intitulada “Neste vale de lágrimas”, vai ser aberta às 14h30 no Convivium de Santo Agostinho, zona da Reconciliação da Basílica da Santíssima Trindade.
Para além do “Cristo das Trincheiras”, propriedade da Liga dos Combatentes, a mostra vai contar com “peças do espólio do Santuário de Fátima” e outras vindas da “Diocese de Viseu, do Museu Nacional de Arte Antiga, da Câmara Municipal de Ourém e da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade”, também em Ourém.
Para Marco Daniel Duarte, o “Cristo das Trincheiras” é a peça que “melhor poderá ilustrar a participação de Portugal na Primeira Grande Guerra” e também aquilo que “pode ser o contexto cristão em tempo de guerra”.
Esta imagem de Cristo crucificado, de grandes dimensões, foi companhia diária dos soldados portugueses que estiveram envolvidos na batalha de La Lys, em França, contra os alemães, a 9 de abril de 1918.
Em 1958, o Governo português solicitou às autoridades francesas que deixassem a imagem vir para Portugal, dada a sua ligação muito especial com os combatentes lusos.
O diretor do Museu de Fátima espera que a presença do “Cristo das Trincheiras” no Santuário possa contribuir para “o conhecimento e prazer espiritual de milhões de peregrinos e de combatentes”.
Sublinha ainda a mensagem de paz que a organização pretende deixar às pessoas, expressa “na última parte da exposição”.
Ao revisitar o período conturbado de 1917, da Primeira República e da Primeira Grande Guerra, “o visitante vai poder entender como é que a mensagem de Fátima entronca nestes cenários e qual é a resposta que a Virgem Maria aqui pede para se alcançar a paz”.
“É a oração o rosário, bem o sabemos”, conclui Marco Daniel Duarte.
SISF/JCP

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