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Japão lança ao espaço seu 'caçador de asteroides'

 03/12/2014 08h50

Foguete H-2A decolou levando a sonda Hayabusa-2.
Sonda pousará em asteroide em 2018 e voltará à Terra em 2020.

Do G1, em São Paulo

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O H-2A decolou do sul do país e levará ao espaço a sonda Hayabusa-2 (Foto: Jiji Press  / Via AFP Photo)O H-2A decolou do sul do país e levará ao espaço a sonda Hayabusa-2 (Foto: Jiji Press / Via AFP Photo)
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Sonda deverá pousar em asteroide em 2018, e voltar à Terra em 2020. (Foto: Jiji Press  / Via AFP Photo)Sonda deverá pousar em asteroide em 2018 e
voltará à Terra em 2020.
(Foto: Jiji Press / Via AFP Photo)
O Japão lançou com sucesso, nesta quarta-feira (3), um foguete "caçador de asteroides". O H-2A decolou do sul do país e levará ao espaço a sonda Hayabusa-2, que em 2018 se encontrará com um asteroide, informou a Agência japonesa de Exploração  Espacial (JAXA).
O lançamento ocorreu às 13h22 (1h22 no Brasil) a partir da base de Tanegashima.
Após uma hora e 47 minutos de voo sem incidentes, a sonda Hayabusa-2 se separou do foguete no local previsto, segundo a agência.
A Hayabusa-2 iniciou o voo em direção ao '1999 JU3', um asteroide primitivo quase esférico de menos de um quilômetro de diâmetro, que deve alcançar em meados de 2018.
O objetivo da missão é recolher poeira do subsolo deste corpo celeste rochoso, que contém carbono e água, para tentar compreender quais matérias orgânicas e aquosas se encontravam originalmente presentes no Sistema Solar. O retorno à Terra está previsto para 2020, caso a missão aconteça da maneira planejada.
"Esta missão para recolher matéria primitiva tem o potencial para revolucionar nossa compreensão das condições da formação dos planetas", afirmou a equipe que coordena o projeto na JAXA.
"Também pode revelar informações importantes para proteger o planeta", completou a agência.
A Hayabusa-2 é quase similar ao antecessor, Hayabusa, lançado em 2003 em direção a outro asteroide, mas tem uma tecnologia mais avançada a partir das lições deixadas pelos muitos problemas sofridos durante a primeira missão, que chegou perto do fracasso.
Hayabusa conseguiu chegar ao asteroide Itokawa depois de uma verdadeira epopeia de sete anos
O asteroide 1999 JU3 tem a mesma órbita que o Itokawa, mas é mais largo e contém substâncias orgânicas de natureza diferente.
"Ao chegar perto do asteroide 1999 JU3, a sonda observará toda a superfície com a ajuda de instrumentos de teledetecção", explicou a JAXA.
Depois, Hayabusa-2 vai liberar o veículo robotizado Minerva2 e o módulo de pouso Mascot (o equivalente ao Philae na missão europeia Rosetta), projetado pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) da França e pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que devem recolher amostras da superfície.
Mascot, que tem expectativa de vida de 12 horas, vai utilizar quatro instrumentos que permitirão conhecer a composição mineralógica do solo, segundo a coordenadora do projeto, Muriel Deleuze, do CNES.
"O asteroide 1999 JU3 é chamado de primitivo porque não evoluiu desde sua formação há 4,5 bilhões de anos, quando se formou o Sistema Solar", explica Francis Rocard, astrofísico do CNES.
Para recolher poeira do 1999 JU3, a sonda deve realizar uma operação espetacular: lançar uma espécie de pêndulo e esconder-se atrás do asteroide, enquanto esta espécie de canhão espacial projeta uma bola de metal para criar uma cratera de vários metros de diâmetro.
Após o "bombardeio", Hayabusa-2 deve avançar por pouco tempo pelo asteroide para reunir as amostras e depois iniciar a viagem de volta à Terra.
A primeira missão Hayabusa teve muito apelo popular e o sucesso, após vários incidentes técnicos, se tornou um símbolo da perseverança japonesa, capaz de superar a adversidade.
A popularidade de Hayabusa foi determinante para que o governo aceitasse um orçamento de 31 bilhões de ienes (US$ 260 milhões) para esta segunda missão espacial.

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