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Lisboa: Movimentos católicos querem saber «inquietações» da sociedade

Agência Ecclesia
  

Iniciativa «Escutar a cidade» surgiu a propósito do Sínodo diocesano e começa a 15 de janeiro

Lisboa, 09 jan 2015 (Ecclesia) – Cerca de 30 movimentos, comunidades e organizações católicas vão juntar esforços a partir de dia 15 de janeiro para a promoção da iniciativa “Escutar a cidade”, integrada na preparação do Sínodo Diocesano de Lisboa.
De acordo com o jornalista Jorge Wemans, que integra o Movimento dos Profissionais Católicos (Metanoia), o projeto pretende dar voz a “pessoas de fora da Igreja, que habitualmente não são ouvidas”.
“São sessões em que convidamos os católicos da Diocese de Lisboa a ouvirem pessoas que não fazem parte da comunidade, que têm diversas vinculações e sobretudo uma reflexão e um modo de pensar este território, esta diocese”, explica o antigo diretor da RTP2.
Ao todo, a iniciativa “Escutar a cidade” vai ser composta por seis sessões de reflexão, com um ritmo mensal, sempre no Fórum Lisboa, antigo cinema Roma, entre as 19h00 e as 21h00.
A primeira sessão, marcada para dia 15 deste mês, vai ter como tema “Identidades, comportamentos e modos de vida”, e contará com as intervenções do crítico literário António Guerreiro, do jornal “Público”; da professora Maria Benedita Monteiro, que se tem dedicado às questões do racismo e das relações interétnicas, e do sociólogo José Machado Pais.
O programa do projeto prevê ainda encontros a 12 de fevereiro; 5 de março; 16 de abril; 14 de maio e 18 de junho.
Jorge Wemans espera que a partir “das inquietações” dos diversos oradores, os católicos percebam melhor de que forma é que, através do Sínodo Diocesano de Lisboa, podem contribuir para “ajudar a superar as dificuldades” da sociedade e dar asas às suas “esperanças”.
“Ao contrário do que é costume, a Igreja falar para a sociedade, desta vez é a sociedade que fala à Igreja, queremos ouvir quais são as principais questões dos nossos contemporâneos que não estão na Igreja”, reforça o comunicador.
O projeto pretende ainda “dizer às pessoas que vivem no Distrito de Lisboa que o Sínodo da Igreja de Lisboa, mesmo que essas pessoas não sejam católicas, tem muito a ver com elas”.
Jorge Wemans salienta que “a Igreja Católica não vive para si própria”, mas sim “para servir os homens e as mulheres concretas do tempo de hoje”.
“Portanto ouvi-los não é apenas uma opção, é aquilo que é fundamental no modo de ser católico”, aponta o fundador do jornal “Público”, acrescentando que a Igreja precisa de estar numa atitude de “escuta permanente”.
Ordenação do território, quotidiano e modos de vida; política, participação e democracia; pobreza, emprego e crise financeira; linguagens, espiritualidades, sexualidades e convicções”, serão vários os temas em cima da mesa durantes as sessões do “Escutar a cidade”.
Todos os contributos saídos dos encontros vão ser depois entregues ao Secretariado do Sínodo Diocesano de Lisboa para poderem servir como ponto de partida ou complemento às reflexões dos grupos e comunidades sinodais.
“O patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, tem citado que já há mais de um milhar de grupos a trabalhar à roda dos temas do Sínodo. É dentro desses grupos que esperamos ver assumidas as questões que, a partir do ‘Escutar a cidade’, vamos abordar”, frisa Jorge Wemans.
Apresentado durante o dia da Igreja Diocesana de Lisboa, em junho último, o Sínodo pretende ajudar a impulsionar o “sonho missionário” da Igreja Católica em “chegar a todos”, algo que foi partilhado pelo Papa Francisco na sua exortação apostólica.
Previsto para novembro de 2016, o evento vai marcar ainda a celebração dos 300 anos da qualificação patriarcal de Lisboa, conferida devido ao “seu esforço missionário”, esclareceu na altura D. Manuel Clemente.
JCP

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