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A Semana do Papa de 16 a 22 de março

Rádio Vaticana


Dia 16
O Papa Francisco na segunda-feira, dia 16 de março recebeu em audiência os bispos da Bósnia-Herzegovina vindos a Roma em visita “ad Limina Apostolorum”. Disse-lhes para “não pouparem energias” no apoio aos mais fracos e aos pobres tentando ajudar aqueles que querem permanecer no país evitando aumentar as fileiras dos migrantes. Aos bispos bósnios o Santo Padre falou dos problemas do desemprego e das memórias da guerra ainda vivas, exprimindo solidariedade para com aquele país e na expectativa de encontrar pessoalmente as pessoas no dia 6 de junho, durante a sua visita a Sarajevo.
Dia 17
Terça-feira, 17 de março: na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a “casa de Jesus” é uma casa de misericórdia.
A reflexão do Papa começa pela água, protagonista das leituras litúrgicas do dia: na leitura do Profeta Ezequiel “a água que cura” vinda do riacho surgido na porta do templo, que se transforma numa enorme torrente cheia de peixes, aonde todos se podem curar; no Evangelho de S. João é a água do tanque de Betzatá, aonde durante 38 anos esteve um paralítico que nunca soube imergir-se quando as águas se mexiam, e assim, encontrar a cura. Jesus cura-o e desencadeia a crítica dos doutores da lei, porque a cura dá-se num sábado. Este episódio acontece muitas vezes hoje em dia – observou o Papa Francisco:
“Um homem ou uma mulher – que se sente doente na alma, triste… num certo momento sente que as águas se mexem, é o Espírito Santo que faz mexer algo ... E toma coragem e vai. E quantas vezes, nas comunidades cristãs encontra as portas fechadas: ‘Mas tu não podes, não, tu não podes. Tu erraste aqui e não podes. Se quiseres vir, vem à missa no domingo, mas fica ali, não faças nada’. E aquilo que o Espírito Santo faz nos corações das pessoas, os cristãos, com psicologia de doutores da lei, destroem”.
O Papa Francisco afirmou que lhe faz mal pensar nisto e sublinhou logo de seguida que a Igreja tem sempre as portas abertas: “É a casa de Jesus e Jesus acolhe”.
E o Santo Padre continuou dizendo que a casa de Jesus ”não só acolhe” mas vai encontrar as pessoas:
“E se as pessoas estão feridas, o que é que Jesus faz? Repreende-a porque está ferida? Não, vai e carrega-a sobre os ombros. E a isto chama-se misericórdia.”
Na terça-feira dia 17 o Papa Francisco enviou uma carta aos bispos católicos da Nigéria, manifestando a sua solidariedade às comunidades cristãs que têm sido vítimas de ataques terroristas ao longo dos últimos anos, em particular do grupo ‘Boko Haram’. Na mensagem divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé o Santo Padre manifesta a sua solidariedade para com “todos os que sofrem”. O Papa Francisco afirma na sua carta lembrar-se dos nigerianos “todos os dias” nas suas orações, elogia a ação da Igreja Católica num contexto de “tantas provações e sofrimentos” onde tem sido capaz de “testemunhar a hospitalidade, a misericórdia e o perdão”. De destacar uma frase do Santo Padre: “Não vos canseis de fazer o que está certo”, apelou o Papa Francisco.
Dia 18
Quarta-feira, 18 de março, Audiência Geral na Praça de S. Pedro: o Papa Francisco propôs uma primeira catequese sobre as crianças. No termo deste primeiro ciclo de catequeses dedicado às diversas figuras da vida familiar, o Santo Padre falou esta semana sobre o grande dom que as crianças representam para a humanidade.
“… as crianças, são em si próprias uma riqueza para a humanidade e para a Igreja, porque nos chamam a atenção, constantemente necessária para entrar no Reino de Deus: aquela de não considerarmo-nos autossuficientes, mas necessitados de ajuda, de amor e de perdão.”
O Papa Francisco recordou de seguida alguns dons e riquezas que as crianças trazem à humanidade: o seu olhar confiante e puro que vem da sua confiança espontânea e sem malícia; as crianças trazem consigo a capacidade de receber e de dar ternura e principalmente, segundo o Santo Padre, são capazes de sorrir e chorar.
Na realidade, Jesus convida-nos a tornarmo-nos como as crianças, para entrar no Reino de Deus. Elas enchem-nos de vida, alegria, e esperança.
É verdade que acarretam também preocupações e às vezes problemas – salientou o Papa Francisco na conclusão da sua catequese – mas é melhor uma sociedade com estas preocupações e problemas do que uma sociedade triste e cinzenta porque sem crianças.
Dia 19
O Papa Francisco exprimiu na quinta-feira dia 19, o seu mais profundo pesar por todos aqueles que perderam a vida no atentado terrorista ocorrido na quarta-feira em Túnis, capital da Tunísia.
O Santo Padre enviou um telegrama ao Arcebispo de Túnis, D. Ilario Antoniazzi, manifestando toda a sua proximidade e solidariedade neste momento difícil para o país. Nessa mesma mensagem o Papa Francisco reiterou a sua firme condenação a qualquer “ato contra a paz” e reafirmou “a sacralidade da vida humana”. O Papa associou-se na “oração à dor das famílias em luto, a todas as pessoas tocadas por este drama e a todo o povo tunisino que passa por esta provação”. O Papa pede ao Senhor que acolha as pessoas falecidas e conforte as que ficaram feridas.
Dia 20
Na sexta-feira dia 20 o Papa Francisco recebeu em audiência uma Delegação da Comissão Internacional contra a Pena de Morte e nas palavras que lhes dirigiu afirmou que com a pena de morte nunca se chegará à justiça; hoje em dia a pena de morte não é admissível – disse o Papa.
Dia 21
O sábado, 21 de março, foi um dia muito intenso para o Santo Padre: esteve em visita pastoral à diocese de Nápoles no sul de Itália. Foram 10 horas plenas de encontros e de mensagens concretas.
O Papa começou a sua visita desde o Santuário mariano de Pompeia onde rezou a Nossa Senhora. Depois encontrou-se com as pessoas da periferia de Nápoles no bairro de Scampia, que é a zona da Europa com mais desemprego devido à criminalidade organizada. O Santo Padre disse não à corrupção e à exploração dos trabalhadores. Logo de seguida, na missa no centro da cidade, o Papa na sua homilia voltou a condenar os grupos mafiosos de Nápoles, a chamada Camorra, e exortou-os a converterem-se ao Evangelho de Jesus:
“Quando os corações se abrem ao Evangelho, o mundo começa a mudar e a humanidade renasce! Se acolhermos e vivermos todos os dias a Palavra de Jesus, renasceremos com Ele”.
Depois de almoçar com os presidiários de uma cadeia de Nápoles, na parte da tarde o Papa Francisco teve encontros com os doentes, com os jovens, com os idosos e com o clero. Em particular neste momento de convívio com os sacerdotes e os religiosos e religiosas desta diocese o Santo Padre, falando de improviso, deixou várias mensagens muito fortes. Destacamos duas: a primeira é que Jesus deve ser o centro da vida consagrada:
“O caminho na vida consagrada é andar na sequela de Jesus; também a vida consagrada em geral, também para os sacerdotes: ir atrás de Jesus e com vontade de trabalhar para o Senhor.”
Uma segunda mensagem forte e decidida do Papa foi dirigida ao íntimo das comunidades sacerdotais e religiosas afirmando que os mexericos são destruidores e geram ciúmes, invejas e lutas internas. O Santo Padre disse mesmo que “aquele que faz mexericos é como um terrorista que atira uma bomba, destrói e ele fica de fora”.
Dia 22
Domingo, 22 de março, Angelus com o Papa Francisco: neste V Domingo da Quaresma o Santo Padre referiu o Evangelho de S. João que nos propõe o pedido de alguns gregos ao Apóstolo Filipe que queriam ver Jesus.
“Queremos ver Jesus; estas palavras, como tantas outras nos Evangelhos, vão para além do episódio particular e exprimem qualquer coisa de universal; revelam um desejo que atravessa as épocas e as culturas, um desejo presente no coração de tantas pessoas que sentiram falar de Cristo, mas não o encontraram.”
A morte de Jesus, efetivamente, é uma fonte inesgotável de vida nova – afirmou o Santo Padre que exortou os cristãos a oferecerem três coisas àqueles que querem ver Jesus nos dias de hoje: o evangelho, o crucifixo e o testemunho da fé:
“O Evangelho; o crucifixo e o testemunho da nossa fé, pobre mas sincera. O Evangelho: ali podemos encontrar Jesus, escutá-Lo, conhecê-Lo. O crucifixo: sinal do amor de Jesus que se deu a si próprio por nós. E depois uma fé que se traduz em gestos simples de caridade fraterna. Mas principalmente na coerência da vida.”
O Papa Francisco saudou todos os grupos presentes na Praça de S. Pedro e para o final guardou uma surpresa em forma de presente: um Evangelho de bolso.
Segundo uma antiga tradição da Igreja, durante a Quaresma entrega-se o Evangelho àqueles que se preparam para o Batismo; assim, o Santo Padre, principalmente, através de um grupo de pessoas sem-abrigo, ofereceu aos fiéis presentes na Praça uma edição de Evangelho em formato de bolso.
Trata-se de uma oferta que também já foi feita em 2014. O Papa Francisco convidou todos a lerem o Evangelho todos os dias pois “a Palavra de Deus é luz para o nosso caminho.”
O Papa Francisco pediu aos fiéis para continuarem a rezar por ele e a todos desejou um bom domingo e um bom almoço.
E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 16 a 22 de março. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)
(from Vatican Radio)

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