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Muro das Lamentações recebe 50 mil fiéis no fim da Páscoa

Milhares de judeus oraram nesta segunda na Bênção Sacerdotal.

Cerimônia que remonta aos tempos bíblicos.

Da France Presse

Fiéis judeus são vistos no Muro das Lamentações nesta segunda-feira (6) na comemoração do fim da Páscoa (Foto: Gali Tibbon/AFP)Fiéis judeus são vistos no Muro das Lamentações nesta segunda-feira (6) na comemoração do fim da Páscoa (Foto: Gali Tibbon/AFP)
Ao menos 50 mil fiéis judeus oraram nesta segunda-feira (6) no Muro das Lamentações de Jerusalém para comemorar o fim da Páscoa, em uma cerimônia conhecida como a Bênção Sacerdotal, indicou a polícia.
Centenas de "cohanim", sacerdotes descendentes de Aarão, envolvidos nos "talit", os tradicionais xales de oração brancos com faixas azuis, abençoaram a multidão durante uma cerimônia que remonta aos tempos bíblicos.
A bênção, com um gesto particular das mãos, só pode ser realizada pelos homens judeus que, segundo a crença, descendem por linha paterna direta de Aarão, primeiro sumo sacerdote e irmão de Moisés.
Na cerimônia, participou o rabino do Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo.
A polícia estimou o número de peregrinos em torno de 50.000, mas as autoridades rabínicas, organizadoras da cerimônia, disseram que havia mais de 75.000 pessoas.
"A peregrinação é um impressionante testemunho da afinidade das pessoas com os últimos restos de nosso Templo", disse Shmuel Rabinowitz, rabino do Muro das Lamentações, em um comunicado.
O Muro das Lamentações fazia parte dp complexo onde se encontrava o Segundo Templo, destruído pelos romanos no ano 70
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Numa mesma sintonia

Marcus Eduardo de Oliveira

Aquecimento global: sintoma mais claro da crise ambiental.
O falso paradigma de progresso - pautado na expansão econômica e na consequente acumulação material - tem levado a atividade econômica a praticar um crescimento “quantitativo” e unidimensional, quando o sensato, na procura por melhorar as condições de vida dos mais necessitados, visando proporcionar bem-estar, seria obter desenvolvimento “qualitativo” e multidimensional.
É certo, contudo, que só haverá verdadeiro paradigma de progresso quando a economia social (poder de compra, emprego, aposentadoria, previdência social) e a economia ecológica (recursos naturais, serviços ecossistêmicos, patrimônio ambiental) estiverem numa mesma sintonia, compartilhando uma mesma perspectiva, um mesmo horizonte; conversando num mesmo idioma, longe, portanto, de uma atividade econômica que agride a biodiversidade.
A crise ambiental, ora em curso, deixa cada vez mais notória a seguinte mensagem: não é possível conciliar crescimento econômico com as alterações climáticas; ainda que o conceituado Relatório Stern (Stern Review on the Economics of Climate Change) julgue que “não é incompatível a luta contra a mudança climática com a promoção do crescimento”.
O aquecimento global – sintoma mais claro dessa crise ambiental que mencionamos -, resultado inequívoco de um processo crescente de degradação entrópica da natureza (de matéria e energia) gerada pelo processo de produção industrial que destrói os ecossistemas produzindo emissões crescentes de gases de efeito estufa (GEE), precisa ser revertido o quanto antes.
Atrelado a isso, têm-se que o processo econômico produz calor pelo consumo de natureza, que se degrada em calor tal qual descreve a lei da entropia. Assim, uma economia que entra acelerando na rota do crescimento contínuo produz mais calor que é aprisionado pelo efeito estufa, aquecendo a atmosfera, provocando na ponta final catástrofes ecológicas e destruição ambiental.
Estudos realizados mostram que nos últimos 160 anos a temperatura média da Terra sofreu uma elevação de 0,5 ºC e, se persistir a atual taxa de poluição atmosférica (no mundo, a cada minuto, 10 mil toneladas de dióxido de carbono são lançadas na atmosfera), prevê-se que entre os anos 2025 a 2050 a temperatura sofrerá um aumento de 2,5 a 5,5 °C.
As principais conseqüências disso seriam: alteração das paisagens vegetais, que caracterizam as diferentes regiões terrestres, e o derretimento das massas de gelo, provocando a elevação do nível do mar e o desaparecimento de inúmeras cidades e regiões litorâneas.
Na Antártida, cerca de 3 mil Km2 de geleiras viraram água entre 1998 e 1999. Dezenas de ilhas da Oceania, entre elas Fiji, Nauru, Tuvalu e Vanuatu, correm o risco de submergir com o aumento do nível dos oceanos. No Recife, capital de Pernambuco, o contorno da praia está encolhendo ano a ano.
Desses fatos, emerge uma constatação: para “custear” o crescimento econômico promove-se a destruição ecológica. Para fazer a economia expandir, minam-se as bases de sustentabilidade do Planeta, destruindo os frágeis equilíbrios ecológicos dos quais depende a conservação dos ecossistemas e da própria vida.
Isso explica, em linhas gerais, o fato de a ciência econômica “dominar” o mundo através do automatismo do mercado, tratando a natureza como mero e simples objeto de trabalho, decodificada no linguajar dos economistas como externalidades
(*) Economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO (São Paulo). Especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre pela (USP) | prof.marcuseduardo@bol.com.br

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