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Lisboa: «Deus tem presença fundamental na minha vida», confessa Carminho


Agência Ecclesia 03 de Dezembro de 2015, às 17:26      

Fadista marcou presença em ciclo de conversas na Capela do Rato


Lisboa, 03 dez 2015 (Ecclesia) – A fadista Carminho afirmou que sente Deus como uma “presença fundamental” na sua vida e na sua arte, durante uma intervenção no ciclo de conversas sobre Deus que decorre na Capela do Rato, em Lisboa.

“Deus na minha vida tem um papel de presença fundamental, de acompanhamento da minha espiritualidade, também da minha arte. Acaba por ser um membro de mim, veio antes de mim, é incontrolável”, explicou a fadista à Agência ECCLESIA, esta quarta-feira à noite.

“Não é Deus que tem um papel, sou eu que tento ter um papel através Dele”, acrescentou Carminho, explicando que considera que todos os seres humanos O procuram “por o conhecerem e/ou por não acreditarem Nele”, mas há sempre algo que “chama a perceber o que está para além desta vida”.

Segundo Carminho a sua vida “é muito solitária” por isso “Deus é fundamental” e contou que lida com a sua fé com “as mesmas alegrias e dificuldades com a vida” porque é “transversal”, é uma “sensação de presença anterior” a si.

A fadista, para quem Deus e Jesus são amigos, trata Cristo por “tu”, numa “comunicação muito direto, um diálogo tu cá, tu lá” que “devia ser mais permanente”.

“Ele queria que fosse mais permanente e eu também”, acrescentou, na Capela do Rato.

Depois do curso de marketing e publicidade andou, durante um ano, a viajar por todos os continentes e fez uma paragem estratégica na Índia, mais propriamente em Calcutá, onde esteve com as Missionárias da Caridade e trabalhou na Casa dos Moribundos e das crianças.

“O voluntariado responde a muitas coisas sobre nós próprios”, revelou, indicando que na Ásia descobriu a sua vocação.

Para 2016, Carminho tem nos seus planos dedicar “algumas semanas” ao voluntariado e regressar à Índia, porque tem “saudades de ver algumas pessoas” e “voltar a fazer alguma ação”.

“Quase que diria que o voluntariado é feito para mim porque essas pessoas é que me curam a mim, mais do que eu pude fazer alguma coisa a alguém”, acrescentou à Agência ECCLESIA.

O capelão da Capela do Rato observou que no espaço público, e “mesmo no interior da comunidade cristã”, gasta-se pouco tempo a falar de Deus.

“Damos pouco palco a Deus, à nossa relação com Ele, às palavras que usamos ou ao silêncio que empregamos para intensificar essa relação”, acrescenta o padre Tolentino Mendonça para quem o “sucesso” destas conversas revelam como “há uma fome muito grande de ouvir falar de Deus”.

O sacerdote comenta ainda que nestas sessões “cria-se um silêncio colaborativo” em que a escuta também se torna a possibilidade de cada um “fazer memória do seu próprio caminho” e assinala que estes encontros “têm servido também para dar força e encorajar muitos a traçarem interiormente a sua história”.

A jornalista Maria João Avillez, que conduz as conversas, revela que o que mais a surpreendeu foi a “imediata aceitação” dos convidados.

“Depois aconteceu que gostei muito de conversar com as pessoas e descobrir Deus nelas, como era essa ligação. Tem sido muito interessante”, acrescenta, considerando “que se fala pouco de Deus, e é pena”.

“Tendo observado que há muitas maneiras de dialogar com Deus, de O procurar, e pensei que seria interessante recolher e acolher um grupo de pessoas de diversas gerações que me pudessem falar e dissessem como é chegar a Ele”, desenvolveu Maria João Avillez.

Este ciclo de conversas na Capela do Rato vai receber ainda o jornalista Henrique Monteiro, a 9 de dezembro, e termina com o professor João Taborda da Gama, passado uma semana, sempre às 21h30.

CB/OC

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