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EMPREGO

Gonzaga Mota*
As perspectiva de geração de emprego e crescimento no Brasil, no momento, tendo em vista as baixas taxas de investimento, não são boas. Pelo contrário, dificilmente, pode-se ter um ponto de inflexão na tendência ascensional da curva representativa do nível de desemprego da mão-de-obra. Como se sabe, o investimento é indutor do crescimento, vez que possibilita a criação de mais produto no período seguinte, gerando capacidade produtiva, poder de compra e mais demanda. Assim, existe uma forte correlação com o crescimento e o emprego. Por sua vez, vale ressaltar que a relação investimento/PIB no Brasil encontra-se num degrau bem abaixo  daquele desejado para impulsionar a economia. É preciso criar um clima favorável, mas de forma dosada visando o não surgimento de efeitos colaterais, com vistas à realização de investimentos e, para tanto, as taxas de juros tem que cair. O investimento deve propiciar uma taxa de retorno maior do que a de juros. Ademais as empresas nacionais, notadamente, as pequenas e médias, nas suas estruturas de passivo predominam, em larga escala recursos de terceiros, mostrando que os empréstimos são fundamentais para a realização de investimentos. No mercado brasileiro o custo do capital é muito elevado. É complicado, para não dizer difícil, crescer em um ambiente de juros altos, além de carga tributária elevada e dívida pública significativa. Dentro deste quadro, afigura-se uma situação desfavorável de crescimento econômico e do emprego. Torna-se, portanto, importante  repensar a política econômica.
*Escritor, professor da UFC aposentado e ex-governador do Ceará

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