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OS NÚMEROS DA IGREJA CATÓLICA NO MUNDO

Aumento dos batizados, crise na Europa, incremento dos diocesanos e dificuldades dos religiosos
Por Riccardo Benotti
Cidade do Vaticano – Os católicos batizados no mundo são perto de 1 bilhão e 272 milhões e crescem a um ritmo superior daquele da população mundial. A Europa patina em relação à África, seja no incremento dos batizados seja das novas vocações: está em risco a sustentabilidade geracional dos sacerdotes. De 2005 a 2014, o clero diocesano e religioso aumentou em quase 10 mil unidades, mas nos últimos três, novamente registra queda. Forte evolução do diaconato permanente, leve queda dos religiosos irmãos e flexão das religiosas. É o quadro que se apresenta na análise do Anuário Pontifício 2016 e do AnnuariumStatisticumEcclesiae 2014 que registra o pulsar da Igreja católica no mundo e aponta algumas tendências atuais. 
 
A Europa está perdendo a capacidade de ser modelo de referência e o centro da Igreja está se deslocando para a África e a Ásia, onde os fiéis católicos estão constante aumento. O incremento significativo do clero diocesano se contrapõe a uma acentuada queda dos sacerdotes religiosos. O fenômeno do diaconato permanente está em forte expansão. É bem positiva a tendência global dos candidatos ao sacerdócio. Estes são os elementos que se destacam no Anuário Pontifício 2016 e do AnnuariumStatisticumEcclesiae 2014. As publicações, cuidadas pelo Setor central de estatística da Santa Sé, apresentam o pulsar da Igreja católica no mundo atualmente. 


Católicos no mundo


 De 2005 a 2014, o número dos católicos batizados no mundo cresceu num ritmo superior (14,1%) ao da população mundial no mesmo período (10,8%). A presença católica é de 17,8% e, em termos absolutos, são 1 bilhão e 272 bilhões, distribuídos diferentemente em várias árias geográficas.

A Europa, crescendo em nove anos de apenas 2%, recebe quase 23% da comunidade católica mundial e a presença no continente continua estável em 40%. No entanto, é no continente africano que o número dos batizados aumenta (2015 milhões em 2014) e cresce num ritmo quase o dobro daquele dos países asiáticos (quase 41%) e quase o dobro do crescimento da população (23,8%). Os bispos aumentaram de 8,2%, chegando a 5.237.
 
O incremento dos católicos, porém, se dá mais na Ásia (+14,3%) e na África (+12,9%), enquanto na América (+6,9%), na Europa (+5,4%) e na Oceania (+4 %) os valores estão abaixo da média mundial. A distribuição por continente continua substancialmente estável neste período, considerado com maior concentração, em relação ao total, na América e na Europa.
 
Clero

O número dos sacerdotes diocesanos e religiosos passou de 406.411 em 2005 para 415.792 em 2014 mas, lendo nas estrelinhas, descobre-se que o ritmo de crescimento foi acentuado nos primeiros seis anos e em lenta diminuição nos últimos três. A África (+32,6%) e a Ásia (+27,1%) lideram a lista, quanto a Europa (-8%) fecha a lista. As saídas se reduziram progressivamente, mas as mortes estão aumentado. 

Uma situação que leva considerar plausível uma modificação da tarefa pastoral em nível mundial, ou seja o número de católicos por sacerdote, que será mais elevado na África e na América em comparação com a Europa cada vez mais mergulhada com o envelhecimento dos padres e a baixa taxa de renovação.

Os sacerdotes diocesanos apresentam números em aumento – com exceção do Velho Continente – ao contrário dos religiosos que diminuem nas Américas, na Europa e na Oceania. Nos nove anos, portanto, a África, o sudeste da Ásia, a América Central e a América do Sul veem aumentar seu peso, o Médio Oriente e a Oceania permanecem estáveis enquanto a América do Norte e a Europa apresentam sinais acentuados de queda. 
   
 Diáconos, religiosos irmãos e religiosas

 Amplia seu espaço a figura do diácono permanente, que é o grupo com evolução mais forte nestes anos: de quase 33 mil em 2005 chegaram a quase 45 mil em 2014 (+33,5%). A Europa e a a América são as áreas de maior crescimento, enquanto a África e a Ásia quase não têm espaço. A efetiva capacidade dos diáconos permanentes de ajudar os sacerdotes na ação pastoral numa determinada área continua ainda limitada. Uma leve diminuição numérica é, no entanto, aquela enfrentada pelos religiosos professos não sacerdotes que, de 54.708, passaram para 54.559, sendo que na Ásia representam quase o 38% do total.

As religiosas professas representam em 2014 um total de 682.729 unidades, sendo 38% presentes na Europa, seguindo-se a América com mais de 177 mil consagradas e pela Ásia que chegam às 170 mil unidades. Mas o grupo tem uma diminuição de 10,2%, sendo que a queda se acentua muito mais na América, Europa e Oceania. A percentagem das religiosas na África e na Ásia, em relação ao total mundial, de fato, passou de 27,8% para 35,3%, sendo que a Europa e a América, em seu conjunto, tem uma redução de 70,8% para 63,5%.

Novos sacerdotes

O número dos seminaristas maiores (diocesanos e religiosos) passa de 114.439 em 2005 para 120.616 em 2011, mas volta a descer a 116.939 em 2014. A diminuição dos últimos três anos interessou todos os continentes, menos a África (+3,8%).

É evidente o redimensionamento do papel do continente europeu e daquele americano em relação ao crescimento mundial na renovação do sacerdócio, com uma percentagem que passa de 20,2% a 16,2% para a Europa e de 32,2% a 29,1% para a América, diante de uma expansão na África e na Ásia que representam, em seu conjunto, em 2014 uma percentagem de 53,9% do total mundial. O potencial de sustentabilidade geracional dos sacerdotes é, portanto, bem diversificado: África e Ásia confirmam a liderança com 66 e 54 candidatos a cada 100 sacerdotes, enquanto a América e a Oceania se posicionam em 28 e 22 candidatos. Em último lugar, mais uma vez, Europa que, com apenas 10 candidatos a cada 100 sacerdotes, apresenta um futuro incerto para o continente.
SIR

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