Padre Geovane Saraiva*
Depois de ter seguido os passos de Jesus, ao entrar na cidade Jerusalém montado em um jumentinho, com a liturgia de Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa e, com ela, o incomensurável acontecimento de nossa fé. Passamos pelo mistério da paixão, morte de ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só é possível haurir tão excelso mistério, dádiva de Deus, na Semana Santa, a partir da contemplação do absoluto de Deus, do mais profundo do nosso ser, vivenciando-a como algo muito especial, dentro de um clima de muito amor penitencial, na perspectiva da entrega no serviço aos irmãos.
Foto: Jorge Ferraz |
É assim que participamos da redenção da humanidade, vivenciada pelos cristãos, de um modo ainda mais profundo na Sexta-feira da Paixão, ensinando-nos que o sofrimento, com o qual as pessoas se deparam, não deve ser visto como castigo de Deus, mas, sim, como caminho de salvação, entendido a partir da semente que morre para gerar a vida (cf. Jo 12, 24).
Não podemos jamais nos esquecer da água como símbolo da vida, porque dela as pessoas renascem no Batismo para a vida do mundo (cf. Jo 3, 1-7), levando-nos a compreender que a vida é duradoura e que participamos do ponto mais elevado, não da vida de um herói, mas da vida do próprio Filho de Deus, em que fomos mergulhados, razão pela qual vivemos e constantemente somos convidados a sonhar com a glória futura, na feliz afirmação do refrão do Salmo Responsorial: “Este é o dia que Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos”.
O nosso Deus é essencialmente bom e terno, ao passar da morte para a vida, afirmando-nos que a tristeza e o desânimo são coisas do passado. A esperança e o otimismo, proclamados pelo Papa Francisco nos três anos de seu pontificado, são sempre na intenção de contagiar nossa existência, na certeza de que Jesus, vencedor da morte, quis se estabelecer para sempre no meio da sua gente querida: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24, 5-6). Assim seja!
*Colunista, escritor, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE –geovanesaraiva@gmail.com
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