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A IGREJA, MÃE DE VOCAÇÕES

Papa busca ajudar comunidades a rezar pelas vocações neste domingo do Tempo Pascal.
Nas celebrações, rezemos ao Bom Pastor pelas vocações matrimoniais, religiosas e sacerdotais.
Nas celebrações, rezemos ao Bom Pastor pelas vocações matrimoniais, religiosas e sacerdotais.
Por Dom Adelar Baruffi*
O quarto domingo do Tempo Pascal, conhecido como Domingo do Bom Pastor, é o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Este ano é sua 53º edição. Para ajudar nossas comunidades a refletir e rezar pelas vocações, nosso Papa escreveu uma mensagem onde aborda “A Igreja, mãe de vocações”. Quer ressaltar a mediação comunitária de todas as vocações. 
O dinamismo vocacional tem sua base humana, no êxodo de si mesmo, para fazer da vida um serviço. Este dinamismo é, sobretudo, um diálogo com Deus, que nos precede com seu amor e nos chama. É um diálogo que passa pelo discernimento e incentivo da comunidade de fé. “A chamada de Deus acontece através da mediação comunitária. Deus chama-nos a fazer parte da Igreja e, depois dum certo amadurecimento nela, dá-nos uma vocação específica. O caminho vocacional é feito juntamente com os irmãos e as irmãs que o Senhor nos dá: é uma con-vocação. O dinamismo eclesial da vocação é um antídoto contra a indiferença e o individualismo. Estabelece aquela comunhão onde a indiferença foi vencida pelo amor, porque exige que saiamos de nós mesmos, colocando a nossa existência ao serviço do desígnio de Deus e assumindo a situação histórica do seu povo santo”, diz o Papa. 
Com certeza, a revitalização das vocações sacerdotais, religiosas e matrimoniais depende do modo como vivemos comunitariamente nossa fé. Nunca a vocação pode ser vista como um direito da pessoa. É um dom de Deus, que é acolhido pela pessoa e submetido ao discernimento e à formação da Igreja, para o serviço da Igreja e do Reino. Já dizia São João Paulo II que “toda vocação cristã vem de Deus, é dom divino. Todavia, ela nunca é oferecida fora ou independente da Igreja, mas passa sempre na Igreja e mediante a Igreja.” (PDV 35). E acrescenta que a vocação cristã “deriva da Igreja e da sua mediação”, “se realiza na Igreja” e se configura “como serviço à Igreja” e ao Reino (cf. PDV 35).
O Santo Padrerecorda que desde o despertar da vocação é importante uma correta compreensão de Igreja, pois “ninguém é chamado exclusivamente para uma determinada região, nem para um grupo ou movimento eclesial, mas para a Igreja e para o mundo.” Além de nascer na Igreja, a vocação cresce nela. A comunidade de fé é “o espaço educativo fundamental”. Daí a importância das “pequenas comunidades” como espaço de caminho de iniciação à vida cristã e vivência autêntica da fé, bem como a Paróquia e a pastoral que se ocupa da animação vocacional. Também, “a vocação é sustentada pela Igreja.” O Papa recorda a comunidade de Antioquia (cf. At 13, 1-4), que após rezar, envia Paulo e Barnabé em missão. Depois, para a mesma retornam para narrar sua ação evangelizadora. “Os missionários são sustentados pela comunidade cristã, que permanece uma referência vital, como a pátria visível onde encontram segurança aqueles que realizam a peregrinação para a vida eterna.” Neste sentido, a comunidade é a responsável também pelas vocações matrimoniais, na sua preparação, na celebração e no acompanhamento durante toda a vida. 
“Pai de misericórdia, que destes o vosso Filho pela nossa salvação e sempre nos sustentais com os dons do vosso Espírito, concedei-nos comunidades cristãs vivas, fervorosas e felizes, que sejam fontes de vida fraterna e suscitem nos jovens o desejo de se consagrarem a Vós e à evangelização.” Reforço o convite do Santo Padre para que rezemos pelas vocações. Em todas as celebrações de nossos grupos e comunidades, rezemos ao Bom Pastor pelas vocações matrimoniais, religiosas e sacerdotais.

CNBB, 13-04-2016.
*Dom Adelar Baruffi: Bispo de Cruz Alta.

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