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AMOR POR DIREITO


Por Charles Mascarenhas
Estreou no Brasil semana passada o longa “Amor por Direito”, dirigido por Peter Sollett, que conta como protagonistas, as atrizes Julianne Moore (vencedora do Oscar de melhor atriz em 2015, pelo filme ‘‘Para Sempre Alice’’) e Ellen Page, importante ativista canadense que luta pelos direitos dos homossexuais.
“Amor por Direito” possui uma temática polêmica: o ordenamento jurídico da união estável homoafetiva. Em inglês o filme tem como título “Freeheld” e foi inspirado no documentário com o mesmo título, que acompanhou os momentos da vida de Laurel na luta judicial pelos direitos civis. O documentário, dirigido por Cynthia Wade, ganhou o Oscar de melhor documentário em 2007, na categoria curta-metragem. 
A trama se passa em Nova Jersey e gira em torno de duas mulheres, Laurel Hester e Stacie Andree. A primeira, personagem de Julianne Moore, é uma detetive da polícia, lésbica, um tanto reservada, que não fala sobre a sua sexualidade, até porque no ambiente em que trabalhava, esperava-se que ela fosse heterossexual. A segunda, Stacie, é a personagem de Ellen Page, uma mulher, de 28 anos, que trabalha com consertos de automóveis. 
Elas se conhecem num jogo de vôlei e a partir daí começam um relacionamento amoroso, planejam o futuro e casam-se. Pouco tempo depois de juntas, o mundo delas se transforma, pois Laurel descobre que tem câncer no pulmão em estágio avançado. A policial, ciente do estado terminal em que se encontrava, passa a lutar bravamente com o judiciário para que Stacie, tivesse direito à pensão por morte, concedida aos cônjuges de funcionários da corporação. 
O filme conta também, com atuações de Steve Carell e Michael Shannon. O primeiro vivendo um caricato gay judeu e militante das causas homossexuais, que acompanhou de todo processo judicial do casal. O segundo vive um policial, branco e hetero (como ele mesmo se destaca), companheiro de trabalho de Laurel, que sai em defesa pelos direitos de cidadã da amiga. 
O longa mostra também, a desconstrução do padrão de comportamentos femininos. As protagonistas, não representam o modelo tradicional de mulher, em relação ao tipo de roupas que usam e ao tipo de trabalho que desempenham. Detalhe importante porque, por incrível que pareça, ainda é uma discussão em aberto. Prova disso é que recentemente, no Brasil, repercutiu na mídia o assunto sobre o tipo de mulher ideal. Este tipo de perspectiva soa como retrógrada, em razão de tantas conquistas pelas mulheres ao longo de anos.
A pauta agora é a luta por direitos iguais, em todas as instâncias.
O filme é provocante para pensar em um tema atual em várias sociedades – amor e direito da família. Um bom motivo para ir assistir, se emocionar e rever os valores sobre os direitos que são negados para outros modelos de família. Amor e Direito está em cartaz em vários cinemas da cidade.
Charles Mascarenhas
Graduando em cinema e audiovisual pela PUC-Minas e estudante de cursos livres de teatro.

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