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FAMÍLIA: CARDEAL-PATRIARCA ESPERA «MUITO» SOBRE EXORTAÇÃO «A ALEGRIA DO AMOR»

Agência Ecclesia 07 de Abril de 2016, às 13:41        
D. Manuel Clemente destaca publicação «muito importante» para os crentes

Lisboa, 07 abr 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa considera que perante as “muitas circunstâncias negativas na sociedade” se pode esperar “muito” da exortação apostólica dedicada à família «A Alegria do Amor», do Papa Francisco, quer vai ser publicada esta sexta-feira.

“Acho muito importante o que ela vai trazer para a vida dos crentes. Ainda não a li mas o que ela vai trazer, estando de acordo com toda essa reflexão onde o próprio Papa nos incluiu, não quis fazer um documento sozinho, é encararmos a família, quer na Igreja, quer na sociedade como a base de tudo o mais”, disse D. Manuel Clemente.

À Agência ECCLESIA, considerou que tudo quanto seja “reforçar a vinculação familiar”, quer na Igreja, quer na sociedade, é fundamental, por isso, pensa que esse vai ser “o grande contributo” do documento Papal.

“Quer depois saibamos, como se costuma dizer, o receber, assimilar essas instruções nas nossas comunidades cristãs, já como o Papa João Paulo II desejava que fossem famílias de famílias e não ajuntamentos”, acrescentou o prelado.

 “Não vejo outro futuro para nos encontrarmos como humanidade solidária senão temos vida de família e vizinhança”, refere.

O cardeal-patriarca de Lisboa que participou nas duas assembleias sinodais (em 2014 e 2015) sublinhou que hoje vivem-se “muitas circunstâncias negativas na sociedade, dentro e fora da religião”.

“Tem a ver com o isolamento, aquilo que o Papa chama o descarte. Quer dizer há pessoas que são acompanhadas, porque têm família, porque têm quem olhe por elas desde pequeninas desde mais idosas a doentes e há pessoas que já não têm este aconchego, este apoio, este acompanhamento”, contextualiza.

Se para D. Manuel Clemente a situação descrita “é um problema tremendo”, o que dizer das “imensas famílias” que estão às portas da Europa e tendo deixado tudo “não têm nada”.

“Famílias – crianças; pais; avós - tudo desgarrado, tudo disperso, tudo maltratado mas também na nossa sociedade e às vezes até onde há ambiente com condições, com dinheiro para garantir esse mínimo de apoio e condições”, comentou o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, à margem da peregrinação da Escola Secundária de Peniche ao Santuário de Fátima.

“Há uma articulação social a fazer na base que é aquela onde a gente nasce e que nos acompanha na vida, os laços de sangue, de vizinhança, de parentesco, se não apoiamo-nos em quê”, desenvolve, explicando que nas cidades existem pessoas que “vivem completamente sós” por várias razões: “Já não têm família, foi cada um para seu lado e a vida está muito ocupada e as vizinhanças também já não funcionam.”

O Vaticano anunciou que a exortação apostólica do Papa Francisco, com as conclusões do Sínodo da Família, vai ser publicada esta sexta-feira, dia 8 de abril.

Os temas da família estiveram no centro de duas assembleias do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2014 e 2015, por decisão do Papa Francisco, antecedidas por inquéritos enviados às dioceses católicas de todo o mundo.

Esta será a segunda exortação apostólica do atual pontificado, seguindo-se à ' 'Evangelii Gaudium', "A Alegria do Evangelho".

D. Manuel Clemente vai falar do texto, aos jornalistas, numa conferência de imprensa marcada para as 14h15 de sexta-feira, no Patriarcado de Lisboa (Mosteiro de São Vicente de Fora – Campo de Santa Clara).

CB/OC

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