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A MULHER NA LITERATURA

Grecianny Carvalho Cordeiro*

O universo feminino é rico e vasto como o infinito. Seus sentimentos são intensos e profundos como as águas do oceano. Seus sonhos voam tão alto que alcançam espaços inimagináveis.

Imagine esse universo feminino colocado em palavras: sonhos, histórias, personagens, sentimentos... Tudo isso colocado em livros, poemas, romances, contos, crônicas...
           
Por muito tempo, a voz da mulher foi calada. E vieram os movimentos feministas, a busca pelo protagonismo feminino, para que a mulher ocupasse o lugar devido e merecido na sociedade.
            
Na literatura, por muito tempo, o papel da mulher foi relegado a um segundo plano.
            
No princípio, as mulheres não podiam publicar livros e, nos países em que era permitido, deveriam ter a autorização do marido. E aquelas que ousavam escrever, os familiares indagavam: “o que os outros vão pensar?”

As poucas mulheres que escreviam, usavam um pseudônimo masculino. Emily Brönte, autora de O Morro dos Ventos Uivantes, fez uso de pseudônimo. Recentemente, a inglesa J.K. Howling, usou o pseudônimo de Robert Galbraith ao lançar um novo livro depois do sucesso de Harry Potter, embora as razões fossem bem diferentes.

O primeiro romance de uma brasileira – malvisto e considerado pernicioso - foi escrito pela maranhense MARIA FIRMINA DOS REIS, por volta de 1859, “URSULA”. Algo há pouco resgatado pela história.

O Ceará foi pioneiro nessa caminhada literária feminina.
            
Foi aqui no Ceará que foi fundada a LIGA FEMINISTA CEARENSE, no ano de 1904, por Alba Valdez. Foi a primeira agremiação literária de que se tem notícia. Essa Liga defendia a ascensão cultural, econômica e política para as mulheres.
           
Em 1936, em Fortaleza, Henriqueta Galeno cria a ALA FEMININA DA CASA DE JUVENAL GALENO, academia apenas para as mulheres intelectuais, numa época em que às mulheres eram destinadas exclusivamente à vida doméstica.
            
Como falar da mulher na literatura sem falar de Rachel de Queiroz? A primeira mulher (e cearense) a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977. E até agora só tiveram 06 mulheres na ABL!
            
Atualmente, existem inúmeras mulheres escritoras, mas o seu número ainda é bem reduzido. Outra curiosidade: qual delas consegue viver estritamente da literatura?
            
Apesar do número ainda pequeno de mulheres na literatura, seu papel tem sido de extrema importância. E como não citar Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Cora Coralina, Nélida Piñon, Ana Miranda... o rol é imenso e rico.

*Promotora de Justiça 

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