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Alunos expõem maquetes de monumentos

Monumentos de todo o mundo foram reproduzidos no projeto
Foi necessário dedicação, paciência e muito cuidado para a confecção de 19 maquetes de monumentos mundiais. O trabalho, exposto na Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), até hoje, foi realizado por 26 alunos do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Professor Gilmar Maia de Souza, no Centro.
O que, inicialmente, era um projeto de artes, se expandiu e agregou outros temas. A professora de biologia Ângela Deyva explica que, além do contexto histórico e geográfico da construção, os alunos tinham que escolher uma disciplina para ser estudada a partir do monumento. “Alguns estudaram os componentes químicos da construção, outros os aspectos da arquitetura a partir da física”, cita.
“Porque não utilizar uma forma de avaliar mais divertida e descontraída?”, justifica o professor César Thé, idealizador do projeto. Torre Eiffel (França), Basílica de Santa Sofia (Turquia) e Pirâmide Maia (México) são alguns dos monumentos representados.

O projeto foi desenvolvido em três fases. Na primeira, teórica, cada estudante fez uma pesquisa sobre o monumento a ser montado. Nesta fase, professores das diferentes disciplinas orientaram os trabalhos. Durante a segunda fase, prática, os estudantes se envolveram em oficinas de confecção de maquetes, também com a orientação dos professores. A terceira fase é esta: a exposição coletiva dos monumentos “construídos” na escola. O trabalho vale um das notas dos estudantes, que fazem a modalidade semipresencial de estudo.

A Pirâmide Maia foi a primeira maquete que Sandro Santos, 45, fez. Há cerca de um ano, após oito em situação de rua, ele foi morar em um abrigo e voltou a estudar. “Foi uma experiência maravilhosa, serviu de muito aprendizado. Tem que ter muito cuidado e precisão”, conta.
A EJA é uma modalidade de ensino que surgiu como uma ação de estímulo ao estudo de jovens e adultos, proporcionando regresso à sala de aula. No modelo semipresencial, a escola funciona com atendimento aos alunos. Amélia Rolim, coordenadora do Ceja Professor Gilmar Maia de Souza, explica que os professores de todas as disciplinas trabalham em forma de plantão. Os alunos recebem os livros, estudam em casa e vão tirar dúvidas e fazer as avaliações na escola, no mínimo quatro vezes por mês.

A dona de casa Patrícia Morais, 25, voltou a estudar ano passado. Ela fala com propriedade da Catedral de São Basílio, na Rússia, monumento pesquisado para o trabalho. Ela voltou a estudar após dez anos fora da sala de aula. E não pretende parar tão cedo. “Quero fazer faculdade de arquitetura”, projeta. 
(Ana Rute Ramires/Especial para O POVO)

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