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CINEMA: Julie Delpy interpreta mãe de rapaz manipulador

Comédia leve é o oitavo trabalho da francesa como diretora.


Personagem trabalha com moda e se divide entre carreira e seu filho.

Personagem trabalha com moda e se divide entre carreira e seu filho.
Por Alysson Oliveira
Em seu oitavo trabalho como diretora, a francesa Julie Delpy mostra que amadureceu bem – não apenas fisicamente, mas também como artista. “Lolo: O Filho da Minha Namorada” é uma comédia leve, engraçada e que faz um comentário bastante pertinente sobre os adultos (especialmente do sexo masculino) infantilizados que parecem estar por todos os lados.
Julie – que tem no currículo a cultuada trilogia que começou com “Antes do Amanhecer” (1995) – funciona aqui como corroteirista (com Eugénie Grandval), diretora e protagonista. Ela é Violette, que trabalha na indústria da moda, com pouco tempo para si mesma, mas sempre tem tempo para seu filho Lolo (Vincent Lacoste), apelido para Eloi.
O filme começa com Violette de férias em Biarritz, onde conhece Jean-René (Danny Boon), e logo surge um clima entre os dois, que passam um tempo juntos. Atuando na área de informática, ele está de mudança para Paris. Assim, eles pretendem manter o relacionamento na capital. Porém, quando ela chega em casa se depara com seu filho, que se separou da namorada e vai passar um tempo no apartamento da mãe.
O apelido de Lolo, não por acaso, remete a Lolita – personagem do romance de Vladimir Nabokov. Um dos cartazes do filme também traz o personagem imitando a protagonista do famoso filme de Stanley Kubrick, interpretada em 1962 por Sue Lyon, com direito a óculos vermelhos e pirulito na boca, com pose sensual. A diferença, porém, é que Jean-René não se apaixona pelo enteado, mas é vítima de seu comportamento egocêntrico e mesquinho.
Em público, Lolo, que é aspirante a artista plástico, banca o conquistador e destemido, com jaqueta de couro e tudo mais, mas em casa é extremamente dependente da mãe, a quem sufoca e manipula. Quando Jean-René começa a ganhar espaço na vida de Violette, o rapaz declara guerra.
O foco é como a disputa entre os dois personagens masculinos simplesmente domina a vida de Violette –que também é incapaz de tomar as rédeas da situação. Há bastante humor no duelo entre os dois homens, mas alguns dos melhores momentos do filme simplesmente pertencem a Karin Viard, como a melhor amiga da protagonista, uma fotógrafa sem papas na língua e sem qualquer pudor quando quer curtir a vida.

Reuters

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