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HOMENAGEM AOS PAIS

Julio Lossio*

Pai, eu sou daquele tempo 

O Dia dos Pais se aproxima e a saudade do meu velho, começa a bater forte em meu peito. Quero falar com ele e ouvir seus dizeres monossilábicos, que ainda “hoje eu guardo e sei de cor¨. Só tem um jeito – o túnel do tempo. Decidido embarco numa viagem ao passado, para encontra-lo, pois eu sou daquele tempo. Sou do tempo que pai, era o SENHOR e pedir a BENÇÃO era a saudação obrigatória. Que todos sentávamos na mesa no horário marcado e só nos levantávamos, depois que o pai saia. Que uma palmada bem dada educava, pois era gesto de amor, para construir a cidadania ou, quando uma palavra dita na hora certa era maior, que uma surra de chicote. Pai, a minha foi RESPONSABILIDADE. Sou do tempo que, à noite, após o Repórter Esso, nos reuníamos na calçada e você nos ensinava, que era ética e moral. Sou do tempo pai, que professora era a SENHORA, que nos levantávamos, quando entrava na sala. É pai sou do tempo do respeito, da ética e da hierarquia. Hoje pai é VOCÊ, pedir benção é pagar mico, palmada é agressão e necessidade de tratamento psicológico. A conversa não pode ser em forma de conselho, para reflexão, tem que ser um PAPO RETO, que para ser sincero, não sei bem o que é. A calçada é proibida, pelo medo de assaltos e o papo da noite, não é possível, porque temos que assistir à novela das oito. Hoje professora é VOCÊ e virou parente, pois é a TIA. Na sala de aula e na escola, o comportamento deve ser livre, para não causar traumas. A professora tem que ser tratada como igual. Por isso, muitas vezes é agredida. Pai preciso entrar no túnel do tempo, de volta para o presente, mas antes, que conselho devo levar volta. “Diga que as pessoas devem ser éticas, um princípio sem fim. Que a ética, é a verdade de cada pessoa e deve ser igual, a verdade da sociedade onde ela vive”. 

*Dentista-Doutor e Livre Docente pela Universidade de São Paulo Acadêmico da AMLEF 

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