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Quase um quarto da população tem colesterol alto

Em 80% dos casos, a causa da grande concentração de colesterol é genética.


Não há um número máximo do índice de LDL tabelado.
Não há um número máximo do índice de LDL tabelado.
Na próxima segunda-feira, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, quadro clínico que, em excesso, pode causar diversos problemas cardiovasculares. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde mais recente realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, cerca de 24,8% da população brasileira tem colesterol alto, sendo que desses, 18,5% são jovens com mais de 18 anos.
O endocrinologista da Corpometria, em Brasília, Dr. Flávio Cadegiani, explica que o colesterol, na verdade, engloba muito mais do que uma possível causa de problemas no coração e no sistema circulatório. "Na verdade, a gênese de diversos hormônios produzidos pelo corpo, incluindo os sexuais, é o colesterol. Ele é uma molécula gordurosa, assim como os triglicerídeos, mas o seu nome acabou sendo utilizado para tratar das placas de colesterol LDL, de baixa densidade. Esse sim é o que, em grandes concentrações, causa um risco à saúde e é alvo do dia."
Segundo o Dr. Cadegiani, os problemas cardiovasculares são diretamente proporcionais ao acúmulo das partículas. Mas o médico avalia que cada caso deve ser analisado em sua particularidade. "Quanto mais alta a concentração, maior a chance de entupimento, logicamente. Com relação à dosagem, é preciso analisar o contexto. Se for medido o colesterol de uma pessoa obesa e ele der 100, por exemplo, esse valor é pior do que se fosse medido a mesma quantidade em uma pessoa magra. A razão é que a pessoa obesa tem a molécula maior em seu tamanho, e muito menos densa, ou seja, menos partículas formando aquele total."
Um dos grandes mitos sobre o assunto, para o endocrinologista, é a relação entre o colesterol alto e a alimentação saudável. Ele explica que, na grande maioria dos casos, o quadro não é uma consequência do que foi ingerido. "Cerca de 70%, no máximo 80%, dos casos a origem é genética. Há uma predisposição hepática em se ter uma deficiência de limpar o LDL da corrente sanguínea. Dessa maneira, mesmo que o paciente tenha uma alimentação regrada, não será o bastante para diminuir o índice. Isso é resolvido com a aplicação de medicamentos específicos, receitados por um médico capacitado."
Apesar do mito, o médico indica que uma boa alimentação associada a outras frentes de tratamento é sempre um começo para quem quer diminuir as taxas. "A primeira coisa é a junção de uma dieta balanceada, com exercícios físicos, durante três meses. Se o paciente conseguir diminuir os níveis de LDL, isso é ótimo. Caso não, é preciso tomar remédio. O que é importante é sempre acompanhar, pelo menos anualmente, com um médico, para saber se há alguma consequência no coração e no sistema circulatório. Essa é a maior preocupação."
Dr. Cadegiani afirma que não há um número máximo do índice de LDL tabelado como referência, variando de acordo com o risco cardiovascular de cada indivíduo, mas que existe um mínimo, que pode atrapalhar o funcionamento do corpo. "Se é feita a medição em um paciente, e o exame acusa uma medida menor que 30, essa pessoa corre sérios riscos de não conseguir produzir hormônios de maneira natural."

Objetiva

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