Padre Geovane Saraiva*
Devemos sempre mais nos convencer de que a Cartilha, gramática ou enciclopédia do povo de Deus, é o Livro Sagrado, inspirado e inspirador, que, de modo correto, orienta homens e mulheres nas diversidades de dons, talentos, carismas e funções. Ela foi escrita num passado distante, por pessoas que viveram determinados contextos diferentes do nosso. Mas isso não importa. Ela é sempre atual, viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes, capaz de penetrar, a ponto de dividir alma e espírito, sempre eterna (cf. Hb 4, 12).
Por isso mesmo, Deus quer, através dela, enriquecer suas criaturas. É uma graça divina incomensurável contar com esse didático e pedagógico livro, ontem, hoje e por a toda eternidade, na palavra de Josué: “Que o livro desta Lei esteja sempre nos teus lábios: medita nele dia e noite, para que tenhas o cuidado de agir de acordo com tudo que está escrito nele. Assim serás bem-sucedido nas tuas realizações e alcançarás êxito” (cf. Js 1, 8).
Nossa missão, decorrente do batismo, é para que sejamos pessoas marcadas pela graça de Deus, no anúncio e no testemunho, com a tarefa de transformar a realidade, marcada pelo pecado e por todo tipo de contradição, no dever de fermentá-la e transformá-la numa nova civilização, apresentando ao mundo sinais de esperança e solidariedade, não através de belas palavras ou de pregações bonitas e milagrosas, mas, acima de tudo, pela prática e pelo testemunho. Deus leva em conta a mística, bem como o testemunho e o modo coerente de viver.
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza -geovanesaraiva@gmail.com
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