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Orquestra de expatriados sírios lota salas de concerto na Europa

Grupo reúne refugiados de guerra que conseguiram asilo na Europa. Repertório mistura música clássica europeia com música árabe.


Da AP

A soprano Rasha Rizk agradece o público após apresentação com a Orquestra Filarmônica de Expatriados Sírios  (Foto: Jona Kallgren/AP)A soprano Rasha Rizk agradece o público após apresentação com a Orquestra Filarmônica de Expatriados Sírios (Foto: Jona Kallgren/AP)
Na sala de concertos neoclássica da praça Gendarmenmarkt de Berlim, os bustos dos maestros alemães Beethoven, Bach e Handel observavam enquanto 65 músicos tomavam assento em uma apresentação no fim de semana com entradas esgotadas.
A Orquestra Filarmônica de Expatriados Sírios, que se prepara para tocar, representa um capítulo muito mais recente da história alemã. O grupo é composto por músicos profissionais que escaparam da guerra civil no seu país para buscar refúgio na Europa.
A orquestra foi criada na Alemanha há um ano por Raed Jazbeh, que toca contrabaixo e é diretor artístico. Desde então, apresentou-se em concertos pelo país e planeja uma turnê pela Suécia em breve.
A Orquestra Filarmônica de Expatriados Sírios toca na sala de concertos da praça Gendarmenmarkt de Berlim (Foto: Jona Kallgren/AP)A Orquestra Filarmônica de Expatriados Sírios toca na sala de concertos da praça Gendarmenmarkt de Berlim (Foto: Jona Kallgren/AP)
A maioria dos integrantes estudou ao menos cinco anos no Instituto Superior de Música em Damasco. O concerto mais recente foi uma fusão de música clássica europeia, música clássica árabe e música folclórica árabe. Foi organizado pela KulturLeben Berlim, uma organização sem fins lucrativos que promove concertos para pessoas de baixa renda na capital alemã.
Os músicos esperam que seus recitais deem ao público europeu um ponto de referência para entender a música e a cultura da Síria.
"Sinto que é minha responsabilidade como músico apresentar nossa cultura, nossa música e demonstrar que podemos nos unir em paz na Europa", diz Mohamad Fityan, que toca ney, uma flauta de música tradicional árabe. "Acho que a melhor forma de fazer isso é através da música”.
Mohamad Fityan toca ney, flauta tradicional árabe, durante um concerto da Orquestra Filarmônica de Expatriados Sírios em Berlim  (Foto: Jona Kallgren/AP)Mohamad Fityan toca ney, flauta tradicional árabe, durante um concerto da Orquestra Filarmônica de Expatriados Sírios em Berlim (Foto: Jona Kallgren/AP)
Fityan, que é natural de Aleppo, fugiu para a Alemanha em 2015 e rapidamente conseguiu asilo. Outros chegaram para diferentes países europeus. Quando os músicos se unem para os concertos costuma ser uma ocasião emotiva.
"Nunca imaginei que estaria aqui na Europa tocando com toda uma orquestra de músicos sírios", diz Rasha Rizk, uma soprano que vive agora em Paris.
Mais de um milhão de pessoas que escaparam da guerra e da pobreza entraram na Europa no ano passado. A maioria são sírios.
Os músicos estão cansados de ver as imagens de seu país em guerra e outros aspectos negativos dos sírios, e esperam que os concertos possam ajudar a mostrar como eles são em tempos de paz.
"Somos assim", diz Ghassan Alaboud, diretor convidado para os concertos da orquestra em Berlim. "Esta é a Síria e este é o povo sírio"
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