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Um monumento emblemático

Coleção 'BH. A cidade de cada um' lança livro sobre o Viaduto Santa Tereza.


O Viaduto Santa Teresa inspirou Drummond, Noel Rosa e gerações de artistas.

O Viaduto Santa Teresa inspirou Drummond, Noel Rosa e gerações de artistas.
A efervescência do Centro de Belo Horizonte inspirou mais um livro da coleção ‘BH. A cidade de cada um’. Desta vez o destaque é um dos nossos mais emblemáticos monumentos, o Viaduto Santa Tereza, recontando sua história ao longo de quase 90 anos, desde os tempos do bonde até os dias de hoje, ponto de encontro da juventude do século 21.
No 28º título da série mais antiga da cidade, dedicada aos bairros e lugares da capital, o autor João Perdigão descreve a construção das complexas malhas de ferro e concreto dessa enorme estrutura que fez a então jovem Belo Horizonte, de 1929, perder seu ar provinciano. Seus arcos inspiraram o poeta Drummond, o compositor Noel Rosa e os novos artistas locais que fizeram do Viaduto ponto de encontro, manifestação e diversão.
Projetado pelo engenheiro Emílio Baumgart para ligar o Centro à Zona Leste da capital, o Viaduto Santa Tereza modernizou a paisagem e melhorou a vida dos cidadãos daqueles tempos. Sua estrutura passava por sobre as linhas de trem e o Ribeirão Arrudas, que transbordava sempre e isolava os bairros na época. Foi a partir do Viaduto que Belo Horizonte ganhou ares de metrópole, pois sua construção abriu caminho para os arranha-céus privados surgirem, alterando o olhar sobre a capital mais arborizada do país.
Olheiro atento e arteiro das artes urbanas, o pesquisador João Perdigão identificou a presença do Viaduto em poemas, letras de músicas, filmes e peças teatrais. E descreve as transformações sócio-políticas e urbanísticas que aquele local e a cidade vêm sofrendo desde a sua inauguração, no início do século 20. Suas pesquisas históricas e jornalísticas são acrescidas de indagações sobre as polêmicas que BH, como qualquer capital do mundo, enfrenta nas questões de defesa do patrimônio cultural e as ocupações artísticas com suas pixações, grafites e intervenções diversas.
Das boemias colegiais dos rapazes dos anos 1930, à moçada performática e cibernética dos Ocupa do século 21, a juventude se utiliza daquelas arredores e arcos de concreto para celebrar ou denunciar que é preciso sempre estar atento e forte, pois o Centro da capital é espaço comum e democrático para convergir novas e velhas gerações.
O autor
João Perdigão nasceu em São Domingos do Prata (MG) e vive em Belo Horizonte desde 2000. Formado em Jornalismo, atua como pesquisador, escritor e arte educador. Seu primeiro livro, "Tropecassino: um jogo em fantasia" (2009) relata o processo e as dificuldades para escrever, em parceria com Euler Corradi, "O rei da roleta: a incrível vida de Joaquim Rolla" (2012), biografia do empresário mineiro que criou o Cassino da Urca. Desde 2010, co-edita a revista colaborativa “A Zica”, que a cada edição pauta temas provocativos e divulga novos autores e artistas gráficos contemporâneos.
 A coleção
Idealizada pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, da Conceito Comunicação, a série ‘BH. A cidade de cada um’ tem como objetivo resgatar a memória afetiva da cidade por meio da crônica literária. Os escritores, tendo como ponto de partida sua própria história de vida, falam sobre lugares, fatos e personagens, sem se prender à história oficial.
Fazem parte da coleção os seguintes 27 títulos: Lagoinha, de Wander Piroli, Mercado Central, de Fernando Brant, Estádio Independência, de Jairo Anatólio Lima, Rua da Bahia, de José Bento Teixeira de Salles, Fafich, de Clara Arreguy, Parque Municipal, de Ronaldo Guimarães, Praça Sete, de Angelo Oswaldo de Araújo Santos, Livraria Amadeu, de João Antonio de Paula, Sagrada Família, de Manoel Lobato, Pampulha, de Flávio Carsalade; Cine Pathé, de Celina Albano; Caiçara, de Jorge Fernando dos Santos; Carmo, de Alberto Villas e Lourdes, de Lucia Helena Monteiro Machado; Colégio Sacré Coeur de Marie, de Marilene Guzella Martins Lemos; Carlos Prates, de Humberto Pereira; Morro do Papagaio, de Márcia Cruz; Maletta, de Paulinho Assunção, Montanhez, de Márcio Rubens Prado; Santa Tereza, de Libério Neves; Serra, de Nereide Beirão; Padre Estáquio, de Jeferson de Andrade; Centro, de Antonio Barreto; Mineirão, de Tião Martins; Colégio Estadual, de Renato Moraes e Santo Antônio, de Eliane Marta Teixeira Lopes
SERVIÇO
‘BH. A cidade de cada um’ lança o título Viaduto de Santa Tereza, de João Perdigão.
Local: Benfeitoria Espaço Cultural – Rua Sapucaí, 153 - Floresta
Data: 24 de setembro/16
Horário: 17h, seguido de debate com o autor João Perdigão, o editor da Coleção, José Eduardo Gonçalves e o professor e urbanista Flávio Carsalade.
Preço do livro: R$20,00 - Entrada franca

Assessoria

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