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Falta de dados deixa meninas «invisíveis»

Muitas crianças do sexo feminino são ignoradas pelos governos e pela sociedade porque grande parte dos dados relevantes sobre a sua vida não existem ou estão incompletos, alerta organização humanitária


A Plan Internacional, uma organização independente de cooperação, desenvolvimento e ajuda humanitária comprometida com os direitos da infância, fez um estudo a nível mundial e concluiu que milhões de meninas são invisíveis para os governos e para a sociedade, por falta de informação dos seus dados pessoais. 

«Atualmente, em muitos países, podemos saber quantas meninas assistem à escola, mas não quantas a abandonam pelo casamento precoce forçado, gravidez, violência sexual, o preço da matrícula ou pela falta de oportunidades de emprego depois dos estudos. Como podemos esperar promover o acesso de todas as crianças à educação e garantir a equidade de gênero se não damos seguimento a alguns dos fatores mais importantes que limitam as suas oportunidades?», interroga Concha López, diretora-geral da organização em Espanha. 

Segundo os resultados do estudo, em muitos casos, onde há dados, é habitual que estes ofereçam um panorama geral, mas com pouco detalhe e com informação tendenciosa ou incorreta. Por exemplo, as jovens mães adolescentes são virtualmente invisíveis para quem toma decisões, pois a maioria das fontes oficiais apenas recolhem dados das meninas e mulheres entre os 15 e 49 anos, pelo que se sabe muito pouco sobre os dois milhões de crianças nascidas de raparigas menores de 15 anos, todos os anos, nos países de baixos rendimentos. 

Neste sentido, a Plan Internacional defende a necessidade de que os dados ofereçam informação desagregada, recolhida de forma ética – respeitando a privacidade das meninas – e que inclua a origem étnica, religião, deficiência, localização, estado civil, riqueza, orientação sexual e identidade de gênero para evitar o facto das pesquisas, por vezes, serem desenhadas de forma a reproduzir as normas tradicionais de gênero, minimizando ainda mais o papel da mulher e das meninas.


Fátima Missionária

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