Pular para o conteúdo principal

FRANCISCO, O AVENTUREIRO DA PAZ

Padre Geovane Saraiva*
O dia de São Francisco, em  4 de outubro, mantém-nos viva toda uma simbologia, na constante busca da paz tão sonhada, dentro da Igreja e da sociedade como um todo. Que as humildes e confiantes súplicas de todas as pessoas de boa vontade, no dadivoso exemplo oferecido ao mundo pelo poverello de Assis, cheguem aos céus, numa clamorosa inspiração de gratidão fervorosa, no sentido de que todas as armas, sobretudo as armas do ódio e do rancor, armazenadas no coração das pessoas, transformem-se em instrumentos daquela paz proclamada pelo Santo de Assis.

No tempo em que São Francisco viveu (1182-1226), era fácil encontrar pessoas armadas, num constante estado de guerra, pelas armas conduzidas na cintura, preparadas para o que desse e viesse. Nosso mundo de hoje, 800 anos distante do vivido pelo trovador de Assis, também não foge à regra, com as pessoas de todas as classes sociais, começando pelo interior, encontrando-se bastante armadas. A paz anunciada com a própria vida por Francisco de Assis se transformará em uma nova realidade, à medida que houver disposição e sensibilidade, diante do grito dos sofredores, da poluição ambiental e do gemido da terra, sofrida e dominada pela exploração, quando a violência, o egoísmo e a vingança abrirem lugar ao amor e à ternura proclamados pelo pobrezinho de Assis.

Diante do legado de um mundo solidário e de paz, maior herança de Francisco de Assis, como seria maravilhoso colocar nossas forças e talentos acima dos interesses pessoais e particulares, andando na direção daquela sua mesma loucura: a de salvar o mundo. Loucura essa, traduzida em sinais de ternura e esperança, tendo presentes as grandes questões, nas quais estamos inseridos, no mesmo espírito do aventureiro que marcou a história da humanidade, vendo-o não só como trovador do Deus-Amor, mas como persistente conquistador e grande lâmpada a iluminar o mundo.

Fixemos na mente e no coração sua comovedora ternura, a ponto de, compungidos, repetirmos que “o amor não é amado”. Aqui a bela e concreta imagem que vem à nossa mente: a de configurar-se com o Cristo crucificado, confundindo-se: “Não sei se eras Francisco ou se Cristo eras”, sensibilizando-nos e encantando mentes e corações. Assim seja!

*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência  Sacerdotal, integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza -geovanesaraiva@gmail.com

Comentários