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Contra o racismo, cearense cria página para prestar assessoria jurídica a vítimas

De um episódio alarmante, que virou caso de Justiça, nasce uma iniciativa para proteger cidadãos que sofrem com o preconceito. Em julho deste ano, David Castro, de 24 anos, foi acusado de furtar o celular de uma mulher em uma hamburgueria, e teve que ouvi-la declarar: "Devolve meu iphone seu nego bandido, é negro, só pode ser ladrão". Após o episódio, David decidiu criar uma página para informar e orientar vítimas de preconceito racial e prestar assessoria jurídica àqueles que não poderiam pagar.
O caso de David está prestes a ser resolvido pela Justiça, já que o próximo passo será a definição da indenização que ele receberá pelo prejuízo moral. A mulher chegou a pedir que ele fosse revistado, entretanto, o celular foi encontrado dentro da própria bolsa dela. Após o acontecimento, David fez uma postagem em seu perfil e passou a receber centenas de mensagens, tanto de vítimas de preconceito, quanto de profissionais da lei.
Na última sexta-feira, 25, David tomou a decisão de criar a página "Pelo Direito de Ser", que servirá para denúncias e para mobilizar profissionais que ajudem em causas. Ele informa que a página também será “informativa, para que as pessoas saibam quais as leis que protegem as vítimas de racismo, os direitos que elas têm, o que fazer e que número ligar para denunciar”. Para o estudante, o racismo se tornou “parte do senso comum, as pessoas acham normal” e, por isso, é mais difícil tomar uma atitude.
Antes do episódio de racismo que sofreu, David havia sido escolhido como um dos embaixadores do evento 'Brazil Conference', promovido pela Universidade de Harvard e pelo MIT, que pretende pensar estratégias para melhorar o desenvolvimento do País, inclusive na área social. 
O estudante afirma que receberá indenização da mulher que o acusou. O dinheiro será usado para investir no site. Por enquanto, David trabalha sozinho e conseguiu mobilizar quase 100 profissionais, entre amigos e pessoas que souberam do seu caso, para prestar assistência a vítimas. Na página, há um link para outros que desejam se cadastrar e apoiar a página com assessoria jurídica ou ainda de outras formas.

Redação O POVO Online
MARIAH COSTA

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