Júnior Bonfim
Inúmeras
foram as lições Daquele Menino que se fez Mestre.
Ensinou-nos,
por exemplo, que um dos primeiros desafios
É
o de aprendermos a lei do desapego.
Depois
de aclarar que o seu Reino
Não
era deste mundo, admoestou:
Buscai
primeiro o Reino dos Céus!
A
maioria dos problemas e dificuldades
Que
se interpõem na nossa vereda existencial decorre do apego.
Tem
sido o apego o responsável
Pelas
principais desavenças que experimentamos.
É
do apego ao poder e ao dinheiro que nascem as batalhas fratricidas,
O
vírus da maledicência, a infelicitação dos seres.
É
do desejo de posse do outro que surge
O
mais dolorido ferimento no coração humano.
Buscar
o Reino do infante de Nazaré
É
caminhar na direção inversa dos valores pusilânimes
Que
o reino deste mundo quer nos impor.
É,
ao jeito de flor, abrir a rosa da alma
Ao
beneplácito da gratuidade.
É
ajoelhar o peito ante o altar da poesia.
Mirar
os lírios dos campos e descobrir
Que
nem mesmo Salomão, em toda a sua glória,
Se
vestiu como qualquer deles.
Regar
o jardim da poesia,
Acompanhar
a fecundação da sensibilidade.
Como
bem ensinou Chaplin,
É
deixar de ser máquina, cultivar a afeição e a doçura.
Outra
lição: cobrar mais de si do que de outrem.
Por
que olhas para o cisco que está no olho de teu irmão
E
não notas a trave no teu olho?
Somos
eficientes no apontamento dos defeitos alheios;
Somos
deficientes no exame dos nossos próprios defeitos.
Que
neste Natal possamos servir à mesa
O
vinho da autorreflexão
E
requentar o alimento da meditação.
Mirar
o céu de verdade
E
observar a estrelada lição
De
robustecimento da fraternidade!
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