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Academia Cearense de Letras empossa seu novo presidente, Ubiratan Aguiar, nesta quinta, no Palácio da Luz

O magistrado Ubiratan Aguiar assume a presidência da ACL e vislumbra interiorizar as ações da entidade, além de firmar diálogo com a juventude estudantil e com os demais institutos históricos do Estado ( Foto: Cid Barbosa )
O magistrado Ubiratan Aguiar assume hoje (16), às 19h, a presidência da Academia Cearense de Letras (ACL). Em solenidade no auditório do Palácio da Luz (Praça dos Leões, Centro), aberta para convidados, ele receberá a posse do cargo, como sucessor de José Augusto Bezerra.
Em entrevista por telefone, Ubiratan Aguiar observa que José Augusto deixa um legado excelente de gestão (2013-2017) da casa. O novo presidente destaca a reforma do Palácio da Luz, um prédio com mais de 170 anos de história. "Primeiro, ele cuidou de dar condições para que a gente possa desenvolver nossas próprias tarefas. Largou suas atividades empresariais para seguir em busca dos mecenas e entregar o prédio", enfatiza.
Ubiratan recorda que a situação da Praça dos Leões, antes da Prefeitura de Fortaleza reformar o local, era de completo abandono. O magistrado reforça que continuará pedindo à gestão municipal pela vigilância do local.
"Zé Augusto dedicou-se a isso, e cuidou muito bem das atividades internas, de natureza literária e administrativa. Oxalá que nossa diretoria possa realizar (a nova gestão com) esse mesmo respeito", vislumbra. Ocupante da cadeira de número 29 da ACL, Ubiratan Aguiar é acadêmico há seis anos. Antes, o posto foi ocupado por Carlos Studart Filho, Costa Matos, Itamar Espíndola, José Alves Fernandes e Matos Peixoto.
Ubiratan situa que sucedeu José Alves. "Um grande filólogo, mestre das línguas", pontua o magistrado.
Tomando posse, Ubiratan aponta para três eixos de gestão da ACL: a interiorização das ações da Academia, o diálogo com a juventude das instituições de ensino e a interface com as demais academias e institutos históricos do Ceará.
O novo presidente da ACL explica que, no primeiro ano de gestão, parte dos acadêmicos se dividiria entre quatro regiões do Estado (Cariri, Norte, Baixo Jaguaribe e Grande Fortaleza).
Em cada lugar, a ideia é "fazer um trabalho com temas que pudessem levantar debates, e um levantamento das entidades, de institutos históricos locais, convidando-os para cada evento. Promoveríamos esse encontro, debatendo os principais marcos da cultura dessa região, sabendo também das propostas e dificuldades de cada entidade", esclarece Ubiratan Aguiar.
O segundo eixo de gestão seria um reforço do diálogo entre a ACL e a juventude de colégios e faculdades públicas e privadas. A ideia é destacar uma comissão de acadêmicos para orientar a instalação de academias de incentivo à leitura, inseridas dentro de cada instituição de ensino.
Em um terceiro momento, Ubiratan Aguiar enfatiza que um espaço de diálogo entre as academias e institutos históricos cearenses deve ser firmado. "Nós somos mais de 500 institutos históricos, que não se comunicam, que estão isolados em ilhas. E essa comunicação é necessária para levar a cultura à posição que merece", explica o magistrado.
Trajetória
Nascido há 75 anos, no município de Cedro (Centro-Sul do Estado), Ubiratan Aguiar se declara "uma pessoa de bem com a vida", neste momento em que assume a gestão da ACL.
Ele recapitula a passagem pela faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, na década de 1960, além das carreiras no magistério e na política. Casado com Terezinha de Jesus Bezerra de Aguiar, ele teve quatro filhas.
"Toda minha família, meus conterrâneos, me deram a oportunidade de ser exitoso na vida. Desde o (colégio) Liceu, nas lutas estudantis, na direção do Centro Acadêmico da Faculdade, sempre aprendi a exercer um papel de participação efetiva", observa o magistrado, recordando ainda as passagens pela gestão municipal em Fortaleza (como vereador), pela Assembleia Legislativa do Ceará, Congresso Nacional (como deputado federal constituinte), dentre outras realizações de sua trajetória política.
Poesia
Como leitor, Ubiratan declara seu gosto pela poesia. Para ele, "a poesia suaviza o estresse do dia a dia. Dá à sociedade aquele sentindo humanístico que o pragmatismo da valorização da matéria não permite", pontua.
"A pessoa não tem tempo, hoje, para 'ser'. E quem procura 'ser', ainda é visto como inconsequente", avalia.
Mais informações:
Solenidade de posse da nova presidência da Academia Cearense de Letras. Hoje (16), às 19h, no Palácio da Luz (Rua do Rosário, 1, Centro). Aberta para convidados.
Diário do Nordeste

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