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Secult apresenta programação da XII Bienal do Livro do Ceará, que começa no próximo dia 14

O período está chegando: de 14 a 23 de abril acontece, no Centro de Eventos do Estado, a 12ª edição da Bienal Internacional do Livro do Ceará. Toda a programação oficial do evento que já bate à porta e que segue como um dos mais esperados neste ano foi divulgada ontem (5) em entrevista coletiva realizada no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC).

Aprofundando o tema escolhido para as atividades - "Cada pessoa, um livro; o mundo, a biblioteca", idealizado pela coordenadora de Políticas para o Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), Mileide Flores -, o encontro tratou de detalhar quais nomes e projetos serão desenvolvidos durante os dez dias de Bienal.

A começar pela descrição da maneira como a temática eleita será desdobrada no espaço do Centro de Eventos: de forma transversal, alargando as possibilidades de contato com outras esferas de produção e consumo do livro.

Não à toa, um dos grandes destaques desta edição é a participação de 25 Mestres da Cultura do Estado, provenientes de todas as regiões do perímetro cearense. No espaço do evento, eles se utilizarão dos saberes aplicados em ofícios como o artesanato, o coco e expressões de costumes indígenas, por exemplo, para repassar aquilo que está para além do conhecimento impresso em páginas. Isso, contudo, sem deixar de dialogar com o componente livro, artefato singular: mescla perspectivas e promove reflexões.

"Vão acontecer, ao longo da Bienal, nove rodas com esses Mestres da Cultura de matizes distintas - do reisado ao pastoril, passando por rodas de música e dança -, fazendo com que eles ponham o público em contato com expressões tão ricas de nossa história", explicou o Secretário de Cultura do Estado, Fabiano dos Santos Piúba.

"Acreditamos, assim, que o encontro será uma oportunidade muito bonita de fortalecer uma política de valorização desses mestres, sobretudo na transmissão de saberes e fazeres", completou ele.

Além disso, ele informou que, no momento, o Governo está na construção do programa intitulado "Mestres da Cultura", onde uma de suas modalidades - "Escolas com os Mestres" - tratará de promover ciclos mais aprofundados de contato com os profissionais da arte popular.

Conferências

Contando com a presença de mais de 300 convidados confirmados, 160 escritores, 110 estandes e 350 editoras, a Bienal do Livro vem também com o intento de reforçar a realização de conferências das mais variadas envolvendo, desta vez, não apenas escritores e visitantes, mas, propriamente, autores entre si.

Os encontros acontecerão nos oito espaços temáticos pensados pela coordenação do evento. Dentre eles, merecem maior atenção o Espaço Infantil - coordenado por Kelsen Bravos, um dos curadores da programação -; o Espaço Circo, que tratará de conjugar diferentes formas de arte; e os Espaços de ilustradores e da juventude, dois que têm crescido bastante com a consolidação do mercado editorial voltado para jovens leitores.

Algo marcante dos ambientes de diálogo é a ponte que eles farão entre escritores cujas linhas narrativas mantém uma conformidade temática, caso das mesas envolvendo os autores Valter Hugo Mãe e Marcelino Freire, no domingo (16); os jornalistas Lira Neto (curador da Bienal) e Eliane Brum, na segunda-feira (17); e Mary del Priore e Isabel Lustosa, na terça-feira (18), dentre várias outras.

Discussões sobre como entrar no mercado de jogos, workshop sobre modelagem manual de personagens e uma exposição intitulada "Espaço Harry Potter: Mundo mágico de JK Rowling e a literatura fantástica", realizada pelo grupo Ascendio, também ajudam a demonstrar a pluralidade intrínseca a esta Bienal.

"A programação está tão costurada que eu acho que o maior diferencial desta edição é a amplitude do tema. Porque ele tem a intenção de trazer as pessoas para dentro da Bienal, e justamente aquelas que muitas vezes não são leitoras. Quando eu me percebo como personagem de uma história, quer eu esteja contando quer seja um escritor que esteja relatando, tenho a tentativa de me aproximar da Literatura", chancela Mileide Flores.

Encontros

Os encontros paralelos ao evento principal são outra matriz de relevância no roteiro de atividades. Em número de sete, eles abarcarão perspectivas de atuação em ramos como o das bibliotecas, dos periódicos literários brasileiros, da mediação de leituras e da oralidade em língua portuguesa, entre outros.

No entanto, é com o Encontro "Letra de Mulher, Novas Páginas" que a Bienal também efetivamente se projeta como um evento em conformidade com as discussões que pautam as mais importantes questões do cotidiano, horizontalizando perspectivas e olhares. À frente da atividade, está a gestora Vânia Vasconcelos.

Leituras e debates ainda sobre culinária, robótica, cinema e cordel, além de apresentações de dança e espetáculos artísticos, ajudam a otimizar a diversidade do evento, ao passo que as ações do projeto Bienal fora da Bienal - que acontecerá em espaços como a Praça do Ferreira, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e o município de Caucaia - ajudam a corroborar a ideia primeira da ação: a de que somos acervos vivos. Livros na diversa e complexa biblioteca da humanidade.

Diário do Nordeste

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