Pular para o conteúdo principal

Soro contra veneno de abelhas começa a ser testado em humanos

A primeira fase de testes do soro antiapílico (contra o veneno das abelhas) chegou à metade do estudo nessa sexta-feira, 31. O décimo paciente picado pelos insetos recebeu o soro no período de estudo clínico, quando a medicação é testada em seres humanos.

Esta fase do Estudo teve início em fevereiro de 2016 e precisa alcançar 20 pacientes nesta primeira etapa, que tem por objetivo avaliar a segurança do soro. As pesquisas para se chegar a soro começaram há quatro anos, por meio de um consórcio entre o Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Cevap/Unesp) e o Instituto Vital Brasil.

Pesquisa inédita

O desenvolvimento do soro antiapílico é inédito no mundo. “É a primeira vez na história da medicina que se produz soro contra o veneno de abelha. Este é um problema nosso. A abelha africanizada é um tipo das Américas”, informou o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa.

De acordo com o médico, a abelha africana foi introduzida de forma acidental no Brasil na década de 1950. Ela cruzou com espécies da Europa que já estavam no país e esse cruzamento resultou uma abelha muito agressiva. “Essa agressividade leva ao aumento da periculosidade e do número de acidentes”, afirmou o pesquisador.

A primeira fase de testes termina no próximo ano. “Hoje incluímos nosso décimo paciente. Estamos na metade do estudo. O prazo é final de 2018. Acreditamos que vamos conseguir terminar o estudo para mostrar que o soro é seguro”, disse o médico.

Desenvolvimento 

O soro é desenvolvido da mesma forma que os antídotos contra serpentes, com a extração do veneno. “As abelhas passam por uma placa, na qual recebem ondas tênues de choque elétrico. Elas não sentem dor nem sofrem com isso. Ao passar nessa placa, elas despejam um pouco do veneno, que é captado”.

O soro contra veneno de abelhas é heterólogo, ou seja, produzido numa espécie diferente. Após a captação do veneno, ele é injetado na corrente sanguínea de animais, geralmente cavalos, que, com um volume grande de sangue, não se intoxicam com o veneno. O sistema imunológico do animal produz os anticorpos contra aquele antígeno, que formarão a base ativa do soro.

Diário do Nordeste

Comentários