Pular para o conteúdo principal

“Ocupo minha vida em um interesse coletivo”, afirma Henrique Torres, voluntário do IJF em Fortaleza

A opção de se dedicar em servir ao próximo faz parte da rotina do cearense Henrique Torres. Todos os domingos seu destino é certo: trabalhar como maqueiro voluntário no Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza

Foto: Alysson Torres
Você já pensou em trabalhar de graça? E em dedicar todos os seus domingos durante vinte e seis anos consecutivos para ajudar pessoas em um hospital de emergência de uma grande cidade? O cearense Henrique Torres sabe bem o que é isso. É dessa forma que ele gosta de ocupar suas horas de folga. A opção de se dedicar em servir ao próximo faz parte da sua rotina. Todos os domingos seu destino é certo: trabalhar como maqueiro voluntário no Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza.

Henrique sempre procurou ajudar. Antes do IJF ele já fez vários trabalhos voluntários. Mas, depois da primeira atividade voluntária no IJF percebeu que era ali que queria somar com constância. Todos os dias é grande o número de pessoas que dão entrada na emergência do “Frotão”, como é conhecido o hospital. “Lá não tem pouco serviço não. A toda hora chegam pacientes com diversas necessidades, precisando de auxílio. Eu tento ser essa pessoa, aquele que além de empurrar a maca tem uma palavra amiga para aliviar a dor, que algumas vezes é enorme”, explica Henrique.

Família
Todos os domingos, de sete da manhã às dezenove da noite, Henrique presta serviço voluntário.  Ele também é pai, esposo e avó, tem ocupação fixa durante toda a semana, em uma empresa de embalagens plásticas. A atividade que ocupa seu dia de folga é compreendida por seus familiares, que o apoiam na escolha que fez. “Não há resistência por parte dos meus filhos, porque eles já entenderam que ajudar as pessoas me faz bem. Faço isso há muito tempo, no IJF são vinte e seis anos", declara.

O cotidiano de um hospital como o IJF tem muitas histórias para serem contadas. Umas felizmente, conseguem ter um final feliz, mas, nem sempre isso acontece. Com o tempo de trabalho, Henrique já se emocionou inúmeras vezes o que lhe dá a certeza de que está no lugar certo, fazendo o que sente prazer. “Para mim é muito bom poder ir pegar um copo d’água para alguém que não pode se movimentar, realizar uma ligação para um paciente que precisa falar com a família, ou mesmo empurrar a maca repetida vezes durante o dia, isso é o que importa”, explica emocionado.

Lembranças
Ao longo de tantos anos muitas pessoas tiveram em Henrique o conforto no momento de grande dor ou perda. Ao ser indagado sobre os momentos mais emocionantes ele respira e declara: “Fiz muitos amigos e sei que para alguns fiz a diferença naquele momento. Fico ainda mais sentido quando os pacientes são crianças, as vezes dói. Mas, eles precisam é da minha força e não do meu pesar ou sofrer”.
O voluntário faz referência a um fato que aconteceu em 2013. “Assim que eu cheguei no hospital eu encontrei aquele homem. Havia sofrido um acidente e perdido uma perna. Foi muito sofrimento e eu sabia que ele precisava da minha força. Graças à Deus, ele se recuperou e superou os obstáculos. Esse episódio me emociona porque é um exemplo de superação", relata Henrique.

Henrique conta que certa vez um paciente falou as seguintes palavras: “Você  não é o médico e nem o enfermeiro, é o maqueiro voluntário, mas, fez toda a diferença na minha vida, você foi um anjo!”, relata comovido.

A história de devoção de Henrique confirma o poder do som de seu nome. Ele de fato é rico. Abastado de generosidade e bondade que fazem a diferença. Exemplo de persistência e dedicação que tornam a prática do trabalho voluntário um caminho brilhante. Sempre uma boa notícia.

Boa Notícia

Comentários