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Filmografia integral do Studio Ghibli é exibida no Cine Humberto Mauro

Animações como A Viagem de Chihiro e Meu Amigo Totoro integram a mostra.
Serão exibidos os 21 longas-metragens produzidos pelo estúdio desde sua criação, em 1985.
Serão exibidos os 21 longas-metragens produzidos pelo estúdio desde sua criação, em 1985. (Divulgação)

Praticamente unanimidade entre público e crítica, a filmografia do Studio Ghibli é o destaque da próxima mostra do Cine Humberto Mauro, que celebra um dos mais influentes estúdios de animação do mundo. Serão exibidos os 21 longas-metragens produzidos pelo estúdio desde sua criação, em 1985. A curadoria é de Bruno Hilário e Vitor Miranda.
Fundado em Koganei, Tóquio, o Studio Ghibli conquistou seus espectadores por suas narrativas lúdicas e abordagens existenciais, políticas e sociais, com delicadeza. Tal combinação produziu filmes mais leves, divertidos e sensíveis. Segundo o coordenador do Cine Humberto Mauro, Bruno Hilário, a realização da mostra permite a exibição de filmes de grande importância para a história do cinema japonês. “O cinema de animação japonês, através do sucesso comercial dos filmes produzidos pelo Studio Ghibli, popularizou no ocidente a singularidade estética e narrativa em um registro muito inovador, sendo tão importante e popular quanto os estúdios Walt Disney. Os filmes discutem temas complexos que refletem desde os conflitos e características específicas da sociedade japonesa, por exemplo em relação ao uso da tecnologia e exploração da natureza, até temáticas mais universais sobre amizade, infância, a adolescência, o universo onírico e etc. Talvez esse seja um fator determinante para sua grande aceitação ao redor do mundo”.
Na programação, estão sucessos como Nausicaä do Vale do Vento (1984), produzido pelo escritor, diretor e ilustrador Hayao Miyazaki, ainda antes da criação oficial do Studio Ghibli; Meu Amigo Totoro (1988), no qual um grande espírito da floresta ajuda uma garotinha a voltar para casa durante o período pós-guerra; O Serviço de Entregas de Kiki (1989), narrativa que conta as peripécias de uma jovem bruxa e sua adaptação a um novo lar e Túmulo dos Vagalumes (1989), clássico aclamado pela crítica por retratar a sobrevivência de dois pequenos irmãos durante a Segunda Guerra.
Outros destaques são Porco Rosso - O Último Herói Romântico (1992), história de um piloto de hidroavião na Segunda Guerra, com cabeça de porco; e o vencedor do Oscar de Melhor Animação, A Viagem de Chihiro (2001), no qual uma garota entra em uma série de eventos fantásticos para salvar seus pais de um feitiço, caindo em dilemas existenciais - temática muito presente nas animações Ghibli.
A animação japonesa

A produção e divulgação de animações japonesas tiveram início na década 1910, a partir de estudos com papel e nanquim. Seitarõ Kitayama, produtor considerado um dos pais do anime, lançou o curta metragem A Luta Entre o Caranguejo e o Macaco (1913), baseado em fábulas infantis japonesas - fomentando um mercado de produção e divulgação de animações fílmicas.
Os experimentos japoneses em animação e cinema se desenvolveram ao longo da primeira metade do século XX, passando por limitações devido ao período de guerras e ditadura militar. Apesar da censura de temáticas, as produções ganharam em evolução técnica - contudo, no ano de 1945, após o Japão se render aos americanos ao final da Segunda Guerra, o estado de crise da população não permitiu a realização de produções regulares de animação.
Na segunda metade do século XX, a reconstrução e reorganização do país permitiu que novos animadores - e entusiastas sobreviventes - se aventurassem na indústria do anime. As produções Ghibli se encaixam nesse período, tratando temáticas reflexivas e importantes na construção da identidade, cultura e mitologia japonesa.
Sessões comentadas – Além das exibições, a mostra contará ainda com a participação da pesquisadora Jane Carmen Oliveira, que vem se dedicando ao estudo dos filmes dirigidos pelo cineasta Hayao Miyazaki. Jane vai comentar os filmes O Serviço de Entrega de Kiki, dia 10 de Julho, às 17h e A Princesa Mononoke, dia 14 de Julho às 16h, ambas representações femininas.
História permanente do cinema
Paralelamente à mostra Studio Ghibli, o Cine Humberto Mauro dá continuidade ao projeto História Permanente do Cinema. Nesse período, as sessões vão dialogar com a produção cinematográfica japonesa. Estão programados os filmes: Pai e Filha (1949), Era uma vez em Tóquio (1953), de Yasujiro Ozu, e O Castelo de Cagliostro (1979), segundo filme da série de anime Lupin III, dirigido por Hayao Miyazaki. As sessões de todas as obras serão comentadas.

Assessoria de Imprensa Fundação Clóvis Salgado

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