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Há 10 anos a hashtag agita a internet

A 'hashtag', ícone das redes sociais, celebra nesta quarta-feira seus primeiros 10 anos de uso.
Em abril de 2014, o sequestro de 276 meninas estudantes na Nigéria pelo grupo radical Boko Haram desencadeou uma onda de apoio canalizada em #BringBackOurGirls
Em abril de 2014, o sequestro de 276 meninas estudantes na Nigéria pelo grupo radical Boko Haram desencadeou uma onda de apoio canalizada em #BringBackOurGirls (AFP)

A "hashtag", ícone das redes sociais, celebra nesta quarta-feira seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento dos grandes eventos mundiais com um efeito de mobilização e expressão de emoção e humor.
A palavra-chave precedida pelo símbolo do jogo da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser incorporada por outras redes sociais, como Facebook e Instagram.
A invenção foi de Chris Messina, designer americano especialista em redes sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usuário intensivo do Twitter (já são mais de 39.500 postagens em 11 anos) propôs em um tuíte usar o jogo da velha para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto. Ele lançou, então, a primeira "hashtag" #barcamp, sobre oficinas participativas dedicadas à inovação na web.
125 milhões de hashtags diárias
O compartilhamento das palavras-chaves - que já são citadas 125 milhões de vezes por dia no mundo - já serviu de trampolim para mobilizações em massa.
Em abril de 2014, o sequestro de 276 meninas estudantes na Nigéria pelo grupo radical Boko Haram desencadeou uma onda de apoio canalizada em #BringBackOurGirls ("Tragam nossas garotas de volta"). Retuitadas por figuras como Michelle Obama, então primeira-dama dos Estados Unidos, e a celebridade Kim Kardashian, a "hashtag" chamou a atenção para a luta contra o Boko Haram num momento em que o exército nigeriano perdia terreno e o apoio da população frente aos insurgentes.
Outros slogans que tiveram grande efeito mobilizador foram o #BlackLivesMatter ("Vidas negras importam"), após a morte de vários cidadão americanos negros pela polícia, e #OccupyWallStreet ("Ocupem Wall Street", referente ao movimento que acampou no coração de Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo.
#Emoção
As "hashtags" também permitem que as pessoas expressem sua emoção e solidariedade nas redes sociais. #JeSuisCharlie ("Somos todos Charlie") foi tuitada mais de 5 milhões de vezes em dois dias após o ataque terrorista à redação da publicação satírica Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas, em 7 de janeiro de 2016.
#PrayforParis ("Rezem por Paris") foi tuitada mais de seis milhões de vezes após os ataques em novembro de 2015, que deixaram 130 mortos. O slogan inspirou, mais tarde, a "hashtag" #PrayforBerlin ("Rezem por Berlim") depois do atentado que matou 12 pessoas num mercado de Natal em dezembro de 2016.
Nos atentados da semana passada em Barcelona e Cambrils, com 15 mortos, a hashtag #Notincpor ("Não tenho medo") também viralizou.
#Humor
A "hashtag" também pode ajudar a dar boas risadas. Os vídeos do #IceBucketChallenge ("Desafio do balde de gelo"), em que o participante tinha que virar um balde de água gelada na cabeça, permitiu a arrecadação de 100 milhões de dólares para combater a doenaç de Charcot.
As "hashtags" humorísticas têm um grande êxito e tocam todos os temas, desde o clima, a figuras públicas, ou uma partida de futebol.
Em 2016, as mais compartilhadas no mundo foram relacionadas a eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos (#Rio2016), a mais publicada, e Campeonato Europeu de Futebol, a Euro 2016, em quarto; a temas políticos, com as eleições de Donald Trump, em segundo, o Brexit, em sexto, #BlackLivesMatter, em sétimo, e #Trump, em oitavo; e ainda as de lazer, como o jogo Pokémon Go, em terceiro, o Oscar, em quinto, e a série "Game of Thrones", em décimo. A nona posição foi de #RIP ("rest in peace", ou "descanse em paz).

AFP

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