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Juiz gaúcho incentiva adoção de crianças com poesia

do BOL, em São Paulo
  • Reprodução/Facebook/marioromano.maggioni
    Mario tem três filhos e escreve sobre casos de adoção no Facebook
    Mario tem três filhos e escreve sobre casos de adoção no Facebook
Mergulhado em folhas e folhas de processos na Vara da Infância e Juventude de Farroupilha, no interior do Rio Grande do Sul, o juiz Mario Romano Maggioni vê todas as semanas o renascimento de novas famílias ao final dos processos de adoção na cidade que, segundo a revista Veja, têm uma média de duração três vezes menor que no resto da região sul. Além de evitar a burocracia, o juiz procura incentivar novas adoções com a publicação de crônicas de histórias que acompanhou, dentro e fora dos tribunais, em relatos ricos em emoção e poesia.
Os casos são publicados em sua conta no Facebook e em um jornal da cidade, além de apresentações em palestras. "Às vezes, os ponteiros do relógio deviam estacionar", escreveu Maggioni após presenciar o abraço de cinco irmãos que encontraram duas famílias dispostas a adotá-los e mantê-los próximos.
Com mais de 15 anos julgando processos de adoção e destituição familiar, o juiz acredita que não adianta insistir em manter crianças em núcleos desestruturados, mesmo nas chamadas "famílias extensas" - avós, tios e outros parentes - já que, em muitos casos, a criação dada pelos avós aos pais da criança pode se repetir após a adoção do neto.
O resultado é um tempo de adoção médio na cidade de um ano, um terço do registrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na região sul. "Não posso esperar cinco anos para que uma família se ajeite. Se os adultos não dão conta, eu preciso privilegiar o bem-estar da criança", disse o juiz, em entrevista à Veja.
Outro motivo que leva o juiz a não prolongar as tentativas de insistir na permanência dos filhos com os pais biológicos é que crianças mais velhas encontram maior resistência para serem adotadas. A maioria das pessoas interessadas em adotar um filho procura bebês pequenos ou crianças mais novas, sem irmãos.
"Mesmo as crianças que entram cedo no sistema são expostas a uma burocracia capaz de fazer com que suas chances de adoção sejam severamente diminuídas", apontou o estudo encomendado pelo CNJ.
Mesmo assim, o juiz prega cautela na condução dos processos, envolvendo a promotoria, grupos de apoio, agentes comunitários, o conselho tutelar e outros órgãos públicos para garantir um futuro melhor para as crianças e adolescentes.
(Com informações da revista Veja)

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