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A história contada por Paulo Henrique Lustosa, autor do livro "O Plano que Fechou o Congresso"

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O primeiro livro do deputado federal Paulo Henrique Lustosa conta a história do plano que instaurou o Estado Novo de Getúlio Vargas (Foto: Kleber A.Gonçalves)
Em 1937 acontecia no Brasil o primeiro fechamento de congresso, dando início a um período de ditadura que duraria oito anos. Essa é a história contada por Paulo Henrique Lustosa, autor do livro "O Plano que Fechou o Congresso", que será lançado hoje (26), às 20h, no Terraço Cultural do Ideal Clube. Primeiro romance do deputado federal, o livro transita entre o ficcional e o real, contando a história do Plano Cohen e de como o presidente Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo.
O livro tem uma história dinâmica, que começa no Rio de Janeiro e termina em Fortaleza, passando por Recife, e por algumas cidades do interior do Nordeste. A realidade do cangaço, da chegada da tecnologia, de estradas de ferro e da iluminação pública são alguns dos eventos retratados na obra.
A obra tem como objetivo primordial contar a história do Brasil daquela época, trazendo o clima político em que vivia o país no final dos anos 30. Alfredo Eugênio, personagem fictício no livro, surge como narrador, dando a visão de um parlamentar sobre o assunto. "Pensei nesse cara, um deputado que fosse do Ceará, porque ficaria fácil pra criar uma história para ele. Comecei a escrever, mas ele ainda não tinha nome, queria um nome que tivesse a ver com a época", explica Paulo Henrique Lustosa, autor do livro.
A procura nos documentos das eleições da década de 30 no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE) deram resultados e o nome de Alfredo Eugênio, candidato (não eleito) à eleição de 1934 pelo Partido Economista do Brasil apareceu. "Peguei emprestado o nome dele, inventei uma história de um advogado que vira deputado e se vê no meio dessa situação", explica.
Atualidade
O autor conta na história sua versão de porque o plano deu certo e de como o documento, Plano Cohen, foi aceito sem ninguém protestar ou validar sua real autenticidade. O tema é atual, naquela época o congresso também passava desconfiança na população, que não se sentia representada.
O livro se utiliza de várias citações literais: parte dos discursos parlamentares dos deputados são tirados dos anais da câmara da época. Escritos do diário de Getúlio Vargas e matérias de jornais foram utilizadas como fonte de pesquisa para o livro.
"O Plano que Fechou o Congresso" é cheio de coincidências literárias. O título do primeiro capítulo é intitulado "Rio de Janeiro, quinta-feira, 23 de setembro, 1937", dia em que aconteceu o golpe de 34. O lançamento do livro foi marcado para acontecer na data mais próxima do evento e também para três dias depois do octogésimo aniversário do Estado Novo.
"O Plano Cohen sempre foi algo que me instigou. O plano era flagrantemente falso, um negócio surreal, um documento que prometia matar os militares, fazer greve. Qualquer pessoa com um pequeno senso de realidade viria que o plano não tinha a menor viabilidade de ser real", conclui o autor.
Livro
O Plano que Fechou o Congresso
Paulo Henrique Lustosa
Vocábulo um
2017, 340 páginas
R$50
Mais informações:
Lançamento do livro "O Plano que Fechou o Congresso". Hoje (26), às 20h, no Terraço Cultural do Ideal Clube (Av. Monsenhor Tabosa, 1381, Meireles). Gratuito. Contato: (85) 3248-5688

Diário do Nordeste

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