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Paulo Gomes concorre ao prêmio de literatura infantil Sylvia Orthof com o livro "Gandu e o amuleto de Mirã"

por Iracema Sales - Repórter
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Capa do livro de Paulo Gomes, primeira publicação individual do cearense, voltada ao público jovem
A paixão pela literatura começou ainda na infância quando Paulo Gomes, 23, limitava-se a ler e acalentar o sonho de um dia se tornar escritor. "Desde criança, sempre li muito e gostava também de anime e magia", lembra o jovem que, ainda na adolescência, aos 13 anos, começou a esboçar o projeto do primeiro livro, que se tornaria realidade em abril deste ano.
Agora, a estreia de Paulo Gomes no universo literário com o romance de aventura "Gandu e o amuleto de Mirã", publicado pela editora Fragmentos, de Curitiba, garantiu sua participação no prêmio nacional de literatura infantil Sylvia Orthof.
A divulgação dos vencedores está marcada para 11 de outubro. A promoção é do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Biblioteca Nacional, e o prêmio é no valor de R$ 30 mil, explica Paulo Gomes, que não esconde a expectativa.
A publicação, que conta a saga de um garoto pelos labirintos de um mundo mágico tentando ajudar sua mãe a se livrar das garras de um antigo mago, concorre na categoria Literatura Infantil, com o número 242. Paulo ressalva que a numeração inclui todas os estilos literários. "Estou representando o Ceará no concurso", reitera o escritor, que demonstra ter disciplina - atualmente ele está concluindo o segundo volume da história, dividida em três partes.
No entanto, reconhece as dificuldades enfrentadas pelos novos escritores, principalmente no atual contexto de crise vivido pelo País, desde 2014. "As livrarias têm receio de publicar", admite, embora tenha conseguido lançar seu livro por uma editora comercial.
Em contrapartida, a nova geração de escritores dispõe de facilidades proporcionadas pelas tecnologias digitais. Elas oferecem ferramentas, entre elas plataformas destinadas a quem deseja publicar e ainda não conta com a retaguarda de uma editora.
Embora não tenha precisado recorrer a mecanismos alternativos, Paulo Gomes destaca a "Wattpad", espécie de rede social destinada a escritores iniciantes. Muitos recorrem à ferramenta após levar vários nãos de editoras. Já a Amazon disponibilizada ferramenta em formato de livro digital, que possibilita a auto-publicação, orienta.
Ano produtivo
"Gandu e o amuleto de Mirã" foi lançado há quatro meses e figura entre os mais vendidos no catálogo da editora, que realizou o lançamento da obra, em Curitiba. O autor não participou do evento, mas acompanha online a agenda de lançamento.
Não demorou muito para ele publicar sua primeira obra individual. "Mandei o manuscrito para a editora e foi aprovado", assegura o escritor, que já havia participado de coleção de poemas denominada "Além da terra, além do céu". Mas não demonstra afinidade com o gênero, preferindo enveredar pelos romances infantis - sem, no entanto, descartar investir no público adulto.
Paulo fala sobre a identificação com a literatura infantil e com o estilo aventura com um olhar especial para a magia. Encantado com a temática, avisa aos leitores que o segundo volume - "Gandu e o livro dos espíritos" - está quase pronto, com lançamento previsto para o início de 2018.
A coragem para publicar partiu dos amigos, principais incentivadores de sua carreira, uma vez que é o único na família a se dedicar à literatura. Paralelamente, o escritor está trabalhando na publicação de "Meu livro de mentiras", outro projeto editorial, no qual narra as aventuras de um garoto que enfrenta uma dificuldade em cada capítulo.
"Está pronto e deverá ser lançado em novembro deste ano ou em fevereiro próximo", completa ele, que cursa o 9º semestre de Enfermagem. "Sempre gostei de ler e tinha vontade de publicar um livro, mas precisava me aperfeiçoar", lembra.
Este ano tem sido produtivo ao jovem, que atualmente se dedica ainda a um romance sobrenatural, fruto de parceria nascida no mundo online com uma escritora da Bahia.
"Hoje, as tecnologias digitais ajudam a estreitar as relações entre escritores e leitores", atenta. Dessa maneira, Paulo Gomes pode dialogar com seu público. "A editora deixa o contato e a gente conversa pelo Facebook ou por e-mail", argumenta.
A fantasia constitui a matéria-prima para as criações do escritor, cuja literatura tem como público alvo um dos nichos mais promissores do mercado editorial: adolescentes e jovens. Quando começou a escrever, as pessoas o alertavam para os baixos índices de leitores no Brasil, mas Paulo percebeu o contrário. "Tenho um retorno positivo por parte de crianças, jovens e também adultos", comemora.

Diário do Nordeste
 

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