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XI Bienal de Dança encerra este fim de semana, com destaque para espetáculos em Itapipoca

Trecho do espetáculo "Solo de Barro: Primordia", com Nivea Jorge e Viana Jr. em cena
Nivea Jorge passou uma década longe da dança. Quando voltou a esta arte, a bailarina estava em outra fase, havia passado por transformações que ficaram inscritas em seu retorno. Depois do hiato, Nivea Jorge voltou feita intérprete-criadora, apresentando seu primeiro trabalho. "Solo de Barro - Primordia" estreou no ano passado e, neste sábado (28), será uma das atrações XI Bienal Internacional de Dança do Ceará.
A apresentação de "Solo de Barro - Primordia" acontece hoje, às 19 horas, no Galpão da Cena (rua Raimundo Lopes de Souza, 331 Coqueiro), em Itapipoca. A ação integra a programação da Bienal no Interior do Estado. Além de Itapipoca, Aquiraz, Juazeiro do Norte, Paracuru, Sobral e Trairi receberam espetáculos do evento.
Itinerâncias
O espetáculo "Solo de Barro - Primordia" foi construído a partir de uma vivência em zigue-zague. A pesquisa cênica começou na capital cearense, em Messejana. A primeira parada foi a Olaria de Seu Heitor, acompanhando a transformação do barro em objetos utilitários; passou pela imersão na vida e na criação da comunidade de Alegria, de Ipu, que vive da criação de peças desta matéria prima; e pela Orquestra Uirapuru, de Cascavel, que toca com instrumentos de barro. Outro campo de pesquisa importante foi Itapipoca, onde a bailarina vive e encontrou comunidades produtoras de artefatos em barro.
Destes lugares, Nivel tirou referências para uma dança centrada em "Movimentações inspiradas na plasticidade do barro". Ela apresenta o espetáculo ao lado de Viana Jr., bailarino e percussionista da Cia. Balé Baião, de Itapipoca.
Há ainda uma referência ao sagrado - e não apenas ao mito judeu-cristão da criação do homem. A dança aponta para o orixá Nàná Buruku (ou Nanã Buruquê), senhora das águas paradas dos lagos e lamacentas dos pântanos. Nos dois casos, trata-se da passagem, do inanimado para a vida cheia de alma e desta, mais uma vez, para o barro.
O espetáculo já participou da Mostra Performática Intenções 2015, em Itapipoca, ainda como uma instalação, chamada apenas "Barro". Em formato experimental, "Solo de Barro" foi contemplado no Edital Temporada de Arte Cearense 2016 - Mostra de Dança Experimental e ficou em cartaz durante o mês de abril no Teatro Dragão do Mar. No mesmo ano, foi apresentado no Dança à Deriva - 4ª Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea, em São Paulo e no Memórias de Baobá, em Fortaleza. Até o fim de 2017, o espetáculo fará mais cinco apresentações no Estado do Ceará incluindo Fortaleza.
Destaques
A 11ª edição da Bienal Internacional de Dança do Ceará chega ao fim no domingo. Sexta e sábado, estará no Galpão da Cena, em Itapipoca, com espetáculos a partir das 19 horas. Em Fortaleza, vai até dia 29, com apresentações no Centro Cultural Banco do Nordeste, Sesc Iracema e Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Toda a programação é gratuita.
A Cia. Rebentos abre hoje a programação em Itapipoca com "Solos proibidos em tempos de intolerância", às 19h. Em seguida, Diogo Braga e Thales Luz apresentam "Ossuário"; e Luiz Otávio Queiroz participa da Bienal com o solo "Z O O M - o processo em foco". No sábado, o espetáculo de Victor Hugo Portela, "KKKK", que encerra o evento na cidade.
Programação
Dia 27
19h - "Solos proibidos em tempos de intolerância" - Cia Rebentos
21h - "Ossuário" - Diogo Braga e Thales Luz
22h - "Z O O M - o processo em foco" - Luiz Otávio Queiroz
Dia 28, a partir das 19h
19h - "Solo de Barro: Primordia" - Nivea Jorge e Viana Jr.
21h - "KKKK" - Victor Hugo Portela
Local
Galpão da Cena - Rua Raimundo Lopes Souza, 331 - Violete.
Itapipoca CE)
Mais informações:
XI Bienal Internacional de Dança do Ceará - Até o dia 29 de outubro. Programação completa no site: www.bienaldedanca.com
Contato: (85) 3231.9623
Diário do Nordeste

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