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3.186 detentos farão o Enem e o Encceja neste ano

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Desde outubro, a Secretaria da Justiça realiza aulões todos os dias, exceto às quartas, em nove unidades prisionais do Sistema Penitenciário ( FOTO: DIVULGAÇÃO )
A expectativa de crescimento e mudança no futuro também é uma realidade no sistema prisional cearense. A vontade de voltar ao convívio social, aliada ao trabalho dos professores e dos agentes penitenciários, fez com que o número de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para pessoas privadas de liberdade batesse o recorde de inscritos em relação a dados anteriores. A informação é do assessor educacional da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), Rodrigo Moraes.
Ao todo, 3.186 internos se inscreveram nas duas avaliações. Neste ano, o Enem teve 996 inscritos, enquanto o Encceja reuniu 2.190 alunos, sendo 1.162 para obter a certificação do Ensino Fundamental e 1.028 do Ensino Médio.
O número é expressivo e surpreende os dados históricos, de acordo com Rodrigo. Para ele, essa oportunidade serve para avaliar os resultados do trabalho de educação em prisões, além de possibilitar que os internos aprofundem seus conhecimentos. Apesar de os presos contarem com sistema educativo de aulas durante o ano inteiro, os meses de novembro e dezembro são decisivos. Isso porque é tempo de intensificar a preparação para os exames, que possibilitam a entrada dos presos no Ensino Superior ou a certificação nos Ensinos Médio e Fundamental. Desde outubro, a Sejus realiza aulões todos os dias, exceto às quartas, em nove sistemas prisionais, que são os que concentram maior número de inscrições.
O ensino intensivo se estenderá até o dia 17 de novembro, com conteúdos específicos voltados para as provas. Durante o curso, os alunos são separados de acordo com o nível e o exame que vão realizar. O Encceja, que garante os certificados a nível fundamental e médio, será nos dias 21 e 22 de novembro, e o Enem sucederá nos dias 12 e 13 de dezembro. As provas são realizadas nas unidades prisionais e nas cadeias públicas do Ceará.
Inclusão
Segundo o assessor da Sejus, integrar os internos no Exame Nacional do Ensino Médio faz parte de um processo de inclusão social muito significativo, pois dá a oportunidade aos presos uma elevação da escolarização. "Incluir esse publico nas políticas públicas é de grande importância, pois é uma forma de inserir aqueles que são excluídos da sociedade", disse.
Rodrigo Moraes acrescenta, ainda, que nesse período que antecede as provas, já é possível perceber uma mobilização e mudança de comportamento entre os internos, que sonham e esperam uma mudança de vida.
Aprovação
Caso os alunos que realizarão o Enem PPL passem no curso e universidade que almejam, ou conseguirem ingressar através do ProUni, o Poder Judiciário é que vai avaliar como se dará os estudos: se o preso poderá sair para cursar com tornozeleira eletrônica ou sob regime semiaberto; ou se realiza educação à distância, realidade já existente nos presídios para facilitar a reinserção social e no mercado de trabalho.

Diário do Nordeste

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