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Escritora cria prêmio para livros que omitam violência à mulher

Violência contra a mulher
Violência contra a mulher (Rudyanto Wijaya/Getty Images/VEJA)
Desde o século XIX, a literatura se guia sobretudo pelo realismo — mesmo quando fantástica, ela deve parecer verossímil, e a verossimilhança é construída com traços tomados de empréstimo da realidade. Pois agora uma escritora e roteirista britânica quer premiar thrillers que omitam, em suas páginas, qualquer tipo de violência contra a mulher. Nenhuma personagem feminina deve apanhar, ser perseguida, explorada sexualmente, estuprada ou assassinada. Tema de denúncias que crescem nos últimos anos, a violência contra a mulher simplesmente não vai existir no universo do livros inscritos no Staunch Book Prize.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Bridget Lawless, a criadora da premiação, deu uma justificativa digna de Pollyanna para o seu recorte original.  “Há tantos livros em que as mulheres são estupradas ou assassinadas para que um investigador ou herói possa exibir sua habilidade… Isso tudo é para que autores criem histórias que não precisem se apoiar em violência sexual. Não há outra história além dessa?”
Staunch, em inglês, significa algo como “leal”, “fiel”, “de confiança”. Fugir à realidade, porém, pode ser uma forma de deslealdade, em um momento em que as mulheres expõem os crimes de que são vítimas para suplantá-los.
O Staunch Book Prize é voltado para escritores de qualquer gênero — feminino ou masculino. O trabalho deve ser inscrito em inglês, mas traduções são aceitas, e o livro pode ter sido publicado até dezoito meses antes do encerramento das inscrições, marcado para 15 de julho — elas começam no dia 22 de fevereiro.
O prêmio, de 2 000 libras (8.800 reais pela cotação de hoje), será pago pela própria Bridget Lawless. O vencedor será anunciado em 25 de novembro.
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